terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um Equívoco Sobre a Ceia do Senhor

"Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor." (1 Cor 11:27)

O que seria participar indignamente da Ceia do Senhor?
Se eu tivesse que apontar alguém indigno de tomar parte no Corpo e no Sangue do Senhor, seria aquele que se considera digno. Digo isto porque quem se considera digno diante de Deus ainda não tem consciência do real significado da Santa Ceia e não aprendeu a discernir o Corpo do Senhor.
Existe um equívoco terrível consagrado como verdade nas igrejas, que ensina o homem a se auto examinar (no sentido de verificar se há dignidade em si mesmo) e, em caso de aprovação própria, então participar da Ceia do Senhor.
Acaso existiria alguém digno de participar da mesa do Senhor? É certo que todos nós somos mantidos na presença do Senhor pela misericórdia que Ele tem, e em nenhuma hipótese seremos aprovados em teste de dignidade.
A Palavra de Deus ensina claramente que quando celebramos a Santa Ceia estamos anunciando a morte do Senhor até que ele venha (1 Cor 11:26), mas quando não temos consciência do que vem a significar a instituição da Ceia, a celebramos de modo equivocado, desvalorizado, religioso e hipócrita. Agindo assim, estaremos comendo e bebendo a própria condenação (v.29).
A Santa Ceia do Senhor possui entre os seus muitos desígnios, dois que quero destacar aqui. Em primeiro lugar, quando nos reunimos para celebrar a morte do Senhor Jesus, somos levados a meditar no sacrifício que ele fez em nosso lugar e no castigo que sofreu para que tivéssemos paz. Em segundo lugar, quando fazemos um auto exame não somos capazes de nos julgar, mas nos examinamos com o propósito de comparar nosso imerecimento com o amor de Deus que não poupou seu único Filho, mas o enviou para que pessoas como eu e você, sem dignidade alguma diante dEle pudéssemos participar do Reino dos Céus.
A Santa Ceia nos faz refletir com temor na presença de Deus, convidando a arrepender-nos outra vez, fazendo caso do sangue derramado no madeiro da cruz, quebrantando nossos corações diante da maravilhosa graça de sermos chamados filhos do Deus Altíssimo.
Nenhuma pessoa, mesmo que seja o pastor da igreja tem autoridade para julgar a condição da outra em tomar parte na Ceia do Senhor, muito menos pode determinar se alguém pode ou não pode participar.
Muitas pessoas esperam ansiosamente pelo dia da celebração como se esta fosse uma vitamina que torna o crente cansado numa pessoa mais forte, outras temem não participar como se estivessem negligenciando algo obrigatório pelo qual serão desprezados por Deus se não cumprirem. Em ambos os casos, o risco de participar da Santa Ceia de forma indigna é muito grande, pois aí o Corpo do Senhor não é bem discernido (compreendido).
Um outro equívoco é acreditar que as pessoas que estiverem em pecado não devem participar da Santa Ceia. O equívoco dos equívocos é o critério utilizado para "medir pecados". Você já percebeu que sempre que ouvimos dizer que alguém está em pecado, logo relacionamos o pecado ao sexo? Não é fácil dar número aos irmãos fofoqueiros, detratores, fraudulentos, enganadores, mentirosos, arrogantes, acusadores, perseguidores, divisores, separatistas, exclusivistas, incrédulos, avarentos, insubordinados e outros semelhantes que ainda se julgam "dignos" de participar da Ceia como se seus pecados não fossem pecados. Em pecado estamos todos, dignos nenhum de nós somos, mas há perdão para todo aquele que se arrepende e abandona seus pecados.
Seja qual for o seu pecado, o que o homem deve fazer diante da Ceia do Senhor é arrepender-se e reconcilar-se com Deus, não afastar-se, a menos que pretenda continuar em pecado. Quando nos afastamos da mesa do Senhor em vez de nos arrepender, estamos desacreditando que o sangue de Jesus ainda nos purifica de todo o pecado, mas quando nos chegamos a Deus com um coração quebrantado e contrito Ele não nos despreza (Sl 51:17).
Conscientes do Corpo e do Sangue do Senhor, participemos da mesa com um coração humilde e quebrantado, fazendo caso da obra do Calvário, arrependidos e reconciliados com o nosso Deus e Pai.

Que a graça do Senhor Jesus Cristo seja com todos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Marcha Para Jesus é sucesso em Araguari

(imagens divulgadas pelos irmãos do Ministério Luz Para os Povos)

A Marcha Para Jesus realizada em Araguari no último dia 27 foi um verdadeiro sucesso, para a glória de Deus. O Conselho de Pastores de Araguari (CONPAR) fez , sem dúvida, um excelente trabalho junto às igrejas filiadas e à Prefeitura Municipal, que comemoraria o 123º aniversário da cidade no dia seguinte.
Segundo as autoridades locais, a marcha contou com aproximadamente 4.000 pessoas. Levando-se em consideração o horário da concentração (sábado às 10h da manhã), estimava-se um número muito menor de pessoas, pois a maioria estaria em expediente no comércio da cidade.
Araguari conta com aproximadamente 13.000 evangélicos, e a presença de cerca de 4.000 classifica esta marcha num nível muito acima do esperado pelos organizadores do evento.
Às 19h, as igrejas filiadas ao Conselho de Pastores reuniram-se na sede da Assembleia de Deus, na Av. Bahia, 309 para um culto em ação de graças. A noite foi marcada pelo sentimento fraterno que uniu cerca de 3.800 irmãos das mais variadas denominações sob o mesmo teto adorando ao Único que é digno de toda a honra e de toda a adoração.
Num ato solene, o prefeito da cidade Marcos Coelho de Carvalho, e o vice-prefeito Juberson dos Santos Melo, entregaram a chave simbólica da cidade para a liderança evangélica e declaram que Araguari pertence ao Senhor Jesus.
No encerramento do evento, Deus menifestou-se poderosamente na pregação evangelística ministrada pelo Pr. Hidekazu Takayama, de Curitiba.
Que o Senhor continue abençoando nossa amada cidade de Araguari, iluminando nossos líderes espirituais em unidade para que sejamos um no Senhor, e dando sabedoria e capacidade para nossos representantes políticos a fim de governarem segundo o coração de Deus.

Para a glória de Deus,
Marcelo Reis.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Pr. Hidekazu Takayama em Araguari

No próximo domingo, dia 28 de agosto, a cidade de Araguari - MG, estará comemorando seu 123º aniversário. Na véspera, dia 27, as igrejas filiadas ao Conselho de Pastores de Araguari (CONPAR) se concentrarão às 10h da manhã para realização da marcha para Jesus.
Permitindo o Senhor, o conhecido Pr. Hidekazu Takayama estará conosco no culto em ação de graças que será realizado na sede da Assembleia de Deus, na Av. Bahia, 309 - Centro às 19h.
Que o grande Deus presenteie a nossa cidade neste aniversário com a Sua presença e derrame do seu amor salvando tantas vidas quanto ouvirem o Evangelho da Paz neste dia e nos que se seguirão.
Você é o nosso convidado, venha adorar a Deus e seja edificado pela presença do Senhor que se dará entre nós.

Graça e Paz do Senhor!
Marcelo Reis.

Você Tem Discernimento?

"O bom senso te guardará, e o discernimento te protegerá." (Pv 2:11)

Nem tudo o que reluz é ouro, já diziam os antigos. Antes disto, já dizia a Bíblia: não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus (I Jo 4:1).
Por mais que haja sempre quem ensine a não se crer em tudo o que se escuta por aí sem examinar à luz da Bíblia, as esquisitices do cenário (e por que não picadeiro?) gospel continuam dando cria. Parece que o crente brasileiro tem dentro de si um velho homem enterrado vivo, que vive batendo à porta (da tampa do caixão) implorando por um pouquinho de paganismo.
A falta de discernimento tem deixado muita gente sem saber quem é o Deus a quem serve, pois têm recebido em nome d'Ele promessas infundadas, ensinamentos estranhos à Sua própria Palavra, doutrinas anti e extra bíblicas, e têm aprendido a crer em sinais que não resistem a um confronto com a Bíblia. Muitas destas pessoas, quando se dão conta da frustração que viveram, depois de uma decepção religiosa, acabam por abandonar a fé e a armar-se contra o Evangelho, e este é o grande mal que tentamos combater quando procuramos conservar a ortodoxia do culto cristão.
O Evangelho é simples. Deus ama a simplicidade. Não existe razões para tentarmos "incrementar" as maravilhas que o Senhor opera no meio do seu povo. Não existe maior milagre que a transformação que o verdadeiro Evangelho produz no coração das pessoas, nem há cura maior do que o homem ser curado de seus próprios pecados.
O Senhor Jesus ainda cura lepra, câncer, AIDS, depressão e todo o tipo de enfermidade, tanto no corpo quanto na alma. Sinais e maravilhas são atuais e necessários para o crescimento da Igreja. Deus tem prazer em ver os filhos abençoados, vivendo confortavelmente nesta vida, mas nem a cura, nem os sinais, nem as maravilhas, nem as bênçãos, a prosperidade ou qualquer outra consequência da conversão a Cristo podem ocupar o centro da mensagem que pregamos, pois o centro é Cristo!
Sinais não são garantia e não dão credenciais a pregador nenhum. Nem mesmo Faraó quis acreditar na palavra de Moisés baseando-se apenas nos sinais que lhe apresentou. Observe os sinais que Deus operou por Moisés diante de Faraó:
Moisés lançou sua vara diante de Faraó, e a vara se transformou em serpente. Isto impressionaria Faraó, se os magos do Egito não tivessem poder para fazer o mesmo, como fizeram (Ex 7:8-12). Deus disse a Moisés para tocar as águas com a vara, e obedecendo Moisés, as águas se tornaram em sangue, mas os magos também fizeram o mesmo (Ex 7:17-22). Novamente a mandado de Deus, Moisés fez com que as águas do Egito produzissem rãs e invadissem as casas dos egípcios, e os magos fizeram o mesmo (Ex 8:5-7). Outra vez Moisés operou sinais, fazendo a terra produzir uma praga de piolhos sem igual, e os magos fizeram também (Ex 8:17-18). Assim ocorreu também com a praga das moscas que seguiu as demais pragas.
Faraó rendeu-se ao apelo de Moisés somente depois de perceber que o Senhor fez distinção entre os egípcios e os hebreus amaldiçoando com pragas os primeiros e poupando de todas elas o povo de Deus.
Se o ímpio Faraó reconhecia que tanto o nosso Deus quanto os espíritos a quem servia eram capazes de operar sinais e maravilhas, nós devemos superá-lo em sabedoria pela sabedoria que vem do alto, pois nós temos a mente de Cristo.
Não devemos ser movidos facilmente por milagres ou por qualquer outra manifestação sobrenatural sem que haja um propósito na causa do Evangelho, e que - no mínimo - não cause estranheza à Bíblia Sagrada. É a Palavra de Deus quem nos ensina a interpretar as experiências sobrenaturais, e não o contrário.
É cabuloso o aumento do número de igrejas com as mais variadas manifestações, adotando objetos de culto, pontos de contato, entrevistas com demônios, unções bizarras que levam pessoas a parecer animais em nome do Espírito Santo, falsas profecias e ventos de doutrinas. Isto vem nos mostrar que o discernimento está em falta, e os incautos estão sendo levados pela avalanche de heresias que se têm pregado por aí em nome do Senhor.
Se você não vê nenhuma necessidade em pedir a Deus o discernimento e não se preocupa com o conhecimento da Palavra, tome cuidado, você pode ser uma das almas levadas às profundezas da apostasia, no comodismo mórbido das mentes ignorantes.

Procure crescer em graça e conhecimento para a glória de Deus Pai.
Em Cristo Jesus, Marcelo Reis.

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

I Cor 11:6 - Sobre o Uso do Véu

"Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu." I Cor 11:6
Corinto não era uma igreja de poucos problemas. Se analisarmos cuidadosamente as duas cartas que Paulo escreveu aos coríntios, veremos que esta igreja apresentou mais problemas do que qualquer outra nos dias apostólicos. Logo no primeiro capítulo da primeira carta, nos versículos 10 a 16, Paulo reclama a falta de consenso na maioria dos assuntos discutidos na igreja. Paulo se diz aliviado por ter batizado poucos crentes desta igreja, para que poucos usassem o seu nome em suas dissensões.
Em 3:1ss Paulo se queixa da imaturidade dos membros da igreja, dizendo que ainda necessitam ser alimentados com "leite" e não podem receber um alimento "sólido". Em 4:6 ele diz estar aplicando o ensino para que eles aprendam a não ir além do que está escrito. No capítulo 5 o apóstolo reclama a tolerância da igreja para com a fornicação, de forma que haja um homem que mantenha relações sexuais com a esposa do próprio pai, sua madrasta, e diante disso a igreja nem se importe. No capítulo 6, ele está estarrecido com a desvalorização do discernimento entre os crentes nas questões litigiosas. Os problemas graves entre os irmãos eram levados para ser resolvidos pelos ímpios, como se não houvesse entre os crentes um conselheiro aprovado.
Em 9:1ss Paulo precisa se defender de alguns que o condenam por ele aparentemente estar sendo sustentado pelos irmãos de alguma forma. Ele prova seu direito legítimo de deixar de trabalhar como os outros apóstolos, mas diz que prefere trabalhar para que crentes como os de Corinto não anulem a glória do Evangelho de Cristo por esta questão. O capítulo 10 mostra claramente o perigo que os irmãos estão correndo em participar da mesa do Senhor e da mesa da idolatria. O capítulo 11 apresenta apenas mais um dos muitos problemas que Paulo tratará em Corinto depois deste:
Como cidade grega que era, Corinto estava repleta de cultos pagãos. Entre os gregos pagãos estavam também os judeus helenistas e os novos convertidos ao cristianismo. A princípio, os primeiros cristãos da cidade eram, majoritariamente, vindos do judaísmo. Os costumes semíticos perduram por um bom tempo entre os primeiros cristãos por influência do passado judaico que estes tiveram. Entre os costumes semíticos estava o de as mulheres não se apresentarem publicamente com a cabeça descoberta, pois agindo assim estariam desonrando ao seu marido, que é o seu cabeça (11:3).
O culto a Afrodite, deusa da fertilidade, era muito popular na cidade. Neste culto, as mulheres se relacionavam sexualmente com vários homens, sobre os altares de Afrodite. Na ocasião das solenidades à deusa, as mulheres se apresentavam com a cabeça raspada, e a popularidade deste costume idenfificava automaticamente as mulheres carecas com as desvirtuadas mulheres do culto afrodisíaco, por este motivo as mulheres honradas mantinham seus cabelos sempre crescidos.
Para a glória de Deus, muitas dessas mulheres pagãs receberam o Evangelho de bom grado, assim como muitas outras mulheres pagãs que não participavam do culto da fertilidade, e que também não viviam o costume semítico de cobrir a cabeça.
Quando estas mulheres carecas ou de cabelos curtos se apresentavam nos cultos públicos com a cabeça descoberta, acontecia o escândalo, o costume era ferido e a ordem ameaçada.
De acordo com o costume, a mulher trazia sempre sobre a cabeça o sinal de autoridade (do marido), mesmo as solteiras que um dia iriam se casar. Apresentar-se publicamente com a cabeça descoberta denotava desobediência e desrespeito pelos homens, e ainda imoralidade. Na congregação, sempre acreditou-se na presença dos anjos durante o culto. A desordem moral, e a aparente falta de respeito com a cultura da maioria poderia resultar na perda da assistência angelical nas reuniões.
A questão do ensinamento de Paulo neste contexto era a (aparente) insubordinação das mulheres para com os homens nas reuniões da igreja. Quando a mulher desonra a sua cabeça, neste texto, a cabeça é o marido. O apóstolo está tratando de um problema cultural de uma igreja local, por isso deixa a critério dos crentes de Corinto o julgamento entre honra e desonra para uma mulher orar a Deus descoberta (v.13). Ele faz questão de lembrá-los que a mesma natureza lhes ensina que para o homem é desonroso ter os cabelos crescidos (v.14). Este é o ponto crucial para o reconhecimento do problema como sendo da cultura local e não uma infração da vontade divina. Caso o padrão moral para estes costumes fosse o divino, não seria desonroso para o homem ter o cabelo crescido, pois o próprio Deus exigia que os nazireus não cortassem os cabelos, assim como fez com Sansão. Ora, a honra de Sansão estava em seus cabelos, como então cabelos crescidos para o homem seria uma desonra? Na cultura dos judeus palestinos também os homens eram majoritariamente cabeludos.
Outra observação importante na questão do costume é o uso do véu em outras ocasiões, em contextos e épocas diferentes. Quando Rebeca encontrou Isaque pela primeira vez, assim que o viu e soube que seria ele o seu futuro esposo, ela tomou o véu e cobriu-se para reverenciá-lo (Gn 24:65). Judá confundiu Tamar com uma prostituta por ela ESTAR USANDO VÉU (Gn 38:15).
No caso das mulheres brasileiras, apresentar-se publicamente com a cabeça descoberta não é nenhuma desonra. Do ensinamento paulino aos coríntios, boa parte dos crentes brasileiros tem absorvido que para a mulher é honroso ter o cabelo crescido porque este lhe foi dado em lugar de véu, no máximo.
Não existe problema em uma igreja brasileira adotar o uso do véu, (como fazem a Congregação Cristã no Brasil e suas vertentes)  pois mesmo que isto pareça incomum diante da cultura local, a prática não fere padrões de dignidade e respeito. Há problema sim em "divinizar" o uso do véu como se Deus não ouvisse ou não aceitasse as orações de mulheres com a cabeça descoberta, pois isso não tem base bíblica nenhuma. O fato de o apóstolo Paulo incentivar o uso do véu na igreja de Corinto iria reparar um problema social e moral que prejudicava a qualidade do culto local, mas não tinha a intenção de fazer Deus ouvir orações que antes não ouvia.
Como saber se nossas mulheres devem ou não usar o véu nos nossos cultos? Faço minhas as palavras de Paulo: "Julgai entre vós mesmos!" e "Se alguém quiser criar contenda por isso, nós não temos este costume, nem as igrejas de Deus".

Por Cristo Jesus,
Marcelo Reis.

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Precisa-se de Pregadores

Eles nunca foram tão numerosos como hoje, nem tão aclamados como são agora. As pessoas se deslocam aos milhares para ouvi-los ministrar. Sua pregação é tão bem aceita entre a maioria que  já há muitos objetos de uso pessoal, adesivos, camisetas e outras peças  que vêm com seus nomes gravados e suas fotografias estampadas. A hora é deles! Eles estão em alta.
Não, eu não estou falando dos pregadores. Os pregadores sumiram, e dificilmente ganham uma oportunidade em culto de oração. A mensagem que eles pregam está fora de moda, eles só falam em "levar a cruz", "santificação", "reverência", "dedicação à leitura devocional", "oração" e um monte de coisas que não chamam a atenção de mais ninguém.
Eu estou falando é dos profetas, dos visionários, os milagreiros. Sabe aquele "vasão" cheio de azeite? Aquele irmão que estende o paletó e a multidão cai prostrada, que quando diz "receeeeebaaaaa..." o povão pula num pé só, grita, mia, ruge, sapateia e tudo mais? Pois é! É dele que eu estou falando.
Ele é o que há de mais "ungido" entre os expositores, é aquele que revela tudo. O homem tem que ter experiência! Aliás, estamos em plena era do experiencialismo. Dizer o que se a unção é nova? Mistério, mermão! Crente que quer analisar tudo à luz da Bíblia não vive aquelas experiências tremendas que se vive lá no monte.
Os pregadores de Bíblia estão cada vez mais sem espaço no espaço. O povo quer experiência. O povo quer "unção". O povo quer poder!
Infelizmente é esta a realidade da igreja pentecostal contemporânea.
Mas há um povo de coração quebrantado, que quer de volta a Palavra nos nossos púlpitos. No meio dos crentes do auê tem um povo que não suporta mais ver a Palavra viva ser substituída por festivais de adivinhações.
Este povo quer pão e água, comida de verdade! Este povo grita em silêncio, resistindo ao convite para trocar a Espada de Dois Gumes pela "espada de fogo" imaginária oferecida em seus cultos.
Eles estarão sempre dispostos a levantar a bandeira da adoração verdadeira, reverente e ortodoxa. Estarão sempre ali, chorando aos pés da cruz, com os olhos lavados em lágrimas, com os ouvidos machucados pela [per]versão das palavras mal-pregadas, e com os lábios sussurrando: "Prescisa-se de pregadores, DE PREGADORES".


Ansioso por ouvir melhores pregadores, Marcelo Reis.

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sábado, 13 de agosto de 2011

Inferno: que lugar é esse?

"Tormento". Esta é a primeira palavra que vem à mente quando ouvimos alguém falar de inferno. A ideia de sofrimento, castigo e sentença está intimamente ligada ao nosso conceito da palavra inferno. Comumente acredita-se que seja este o lugar onde os ímpios serão castigados pelo mal que fizeram, e também onde estaria estabelecido o reino de Satanás.
Tratando-se da cultura brasileira e da crença popular, este conceito não está de todo errado. Porém, falando biblicamente não poderemos tomar como ponto de partida a cultura brasileira nem a crença popular. Isto porque além de as Escrituras haverem sido entregues a um povo de cultura totalmente distinta da nossa, muito do que vemos hoje na crença popular brasileira é de origem pagã.
O objetivo deste artigo não é negar o castigo eterno ou o juízo, e muito menos a vingança vindoura do Senhor sobre os ímpios, e sim fazer a correta distinção entre a palavra inferno usada popularmente em língua portuguesa e as palavras empregadas nas Escrituras originais que foram por uma grande infelicidade traduzidas por inferno em nossa língua.
Em primeiro lugar, é muito importante ter em mente que a ideia de inferno para tormento eterno só foi aceita no cristianismo nos séculos escuros da Idade Média para impôr  medo aos pagãos em recusar as crenças do catolicismo.
Em segundo lugar, é necessário buscar entender o que o escritor bíblico tinha em mente quando escreveu. Para podermos imaginar o que ele tinha em mente nesta ocasião, precisamos ao menos conhecer a cultura da época e do lugar onde viveu o escritor.
No Antigo Testamento em hebraico, a palavra Sheol é usada mais de sessenta vezes para designar o "além-túmulo", e expressa a ideia de "habitação dos mortos" ou "sepultura". Na crença dos hebreus o Sheol nunca foi visto como o lugar para onde apenas os ímpios iriam, ou o lugar de castigo eterno para a injustiça praticada em vida. Tanto justos quanto injustos "desciam" ao Sheol.
Imagine Jó, cansado do sofrimento, comparando a morte ao descanso, ansioso por ser dispensado da vida terrena (Jo 14:14), de repente, no meio de um discurso dizer assim ao Senhor: "Quem dera me mandasses para o inferno (Sheol) e me escondesses da tua ira!" (Jo 14:13). Seria um absurdo Jó esperar que Deus o mandasse para o inferno para ser poupado da ira divina. Por isso "Sheol" está traduzido como "sepultura" neste versículo, e não como "inferno".
Imagine também Salomão se dirigindo aos leitores de Eclesiastes e dizendo: "Faça tudo o que tiver que fazer com toda a sua força, pois você vai para o inferno (Sheol), e lá não há trabalho nem projeto, nem conhecimento ou sabedoria alguma" (Ec 9:10). Não é estranho? Por isto aqui também "Sheol" não foi traduzido como "inferno".
Este mesmo "Sheol" foi traduzido em muitíssimos outros textos como "inferno", talvez por influência do conceito já estabelecido e consagrado pela igreja medieval. Não há na língua portuguesa uma palavra capaz de expressar a verdadeira natureza do Sheol, portanto o melhor a se fazer é manter a palavra hebraica apenas transliterada, pois assim não se deturpa o sentido que o escritor tinha em mente.
O Novo Testamento (em grego) tem, como equivalente do Sheol hebraico, a palavra Hades, que substitui o Sheol sessenta e uma vezes na Septuaginta. Há, entretanto, algumas diferenças nas dimensões do Hades percebidas pelos gregos que os escritores hebreus não fazem caso no Sheol. Os gregos dividiam o Hades em duas partes: o Elysium, onde habitariam os vencedores, e o Tártarus, que receberia os ímpios após a morte. Alguns estudiosos associam o Elysium ao "Seio de Abraão", mencionado na parábola do rico e Lázaro, mas não se pode defender esta divisão do Hades baseando-se em nenhuma interpretação bíblica ortodoxa. Não podemos usar uma afirmação parabólica como se fosse a real e literal descrição do que há no além-morte.
Outra palavra também traduzida por "inferno" é Geena, o vocábulo hebraico Ge Hinom transliterado para o grego. Geena era, na verdade, o Vale de Hinom próximo a Jerusalém, onde anteriormente os cananeus ofereciam seus filhos em sacrifício a Moloque, e nos tempos do Novo Testamento não passava de um lixão, onde às vezes eram lançados corpos de mendigos e criminosos para serem consumidos pelo fogo. Em alguns casos, os corpos caíam fora do alcance do fogo, e suas entranhas ficavam expostas causando uma horrível sensação a quem passava por ali. Como o vale era o crematório das coisas sujas de Jerusalém, o fogo ardia constantemente, e evitando que ele se apagasse, jogavam ali enxofre para fortalecer as chamas.
O cenário do Geena tornou-se pavoroso na mente dos judeus e dos primeiros cristãos, chegando a ponto de tipificar o castigo dos ímpios após a morte. Nas passagens de Mt 5:22,29,30; 10:28; 23:15,33; Mc 9:43,45,47; Lc 12:2 e Tg 3:6 onde empregamos em nossas traduções a palavra "inferno" os escritores referiam-se ao Geena. Isto causava temor na mente dos leitores, pois ser atirado no Geena era a prova do desprezo pelo morto que a sociedade não quis ao menos ceder uma cova para que fosse sepultado. Esta comparação entre o cadáver desprezado e a alma pecadora apresenta a destruição dos ímpios no dia do juízo de forma alusiva mas eficaz.
Ainda uma outra palavra grega é empregada na Bíblia e traduzida como "inferno": a palavra "Tártaro" ou "Tártarus" usada em 2 Pe 2:4. O sentido primitivo de "Tártaro" é  um abismo escuro onde há desprezo e humilhação; não há qualquer alusão a fogo nem sofrimento e, ao menos nesta citação de Pedro, os anjos lançados no inferno (Tártaro) estariam reservados para um juízo futuro, para então serem castigados.

Conclusão:
A Bíblia ensina que todos os mortos descem à sepultura (Sheol / Hades). Do ponto de vista humano, todos os mortos são lançados no esquecimento da vida terrena. Ainda sob o ponto de vista humano, na sepultura (e não no inferno) não há nenhum projeto, sabedoria ou conhecimento. O "inferno do caos" não tem origem bíblica, embora a Bíblia seja claríssima quanto ao castigo eterno para os ímpios e ao gozo para os justos. Devemos saber distinguir entre o conceito bíblico do Sheol / Hades e o inferno que a crença popular brasileira tem conhecido, pois fazendo assim compreenderemos claramente o que o escritor bíblico quis passar com sua mensagem. Perceberemos então, que o inferno que ouvimos falar popularmente, e que não tem nenhuma base bíblica,  está mais para o lago de fogo citado por João do que para o Sheol / Hades.
Respondendo a pergunta que é tema deste artigo, o Sheol ou Hades é um lugar visto [sob a ótica humana] como o lugar além da vida para onde todos os mortos hão de ir.
Importante mesmo é fazer por onde não conhecer esses lugares pessoalmente, e para isso devemos nos aplicar à leitura e à prática da Palavra de Deus, evitando o pecado, a idolatria e as falsas doutrinas.

Em Cristo,
Marcelo Reis.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Levanta, segura a minha mão, e anda!

Estava um homem assentado, paralítico, à porta do Templo em Jerusalém. Se estivesse tudo bem, ele certamente não estaria ali, mendigando para sobreviver, mas era essa a sua rotina: mendigar. As pessoas já estavam acostumadas a chegar para adorar e encontrar aquele homem lá sentado pedindo, pedindo, esperando... sempre!
Em um dia como outro qualquer, lá estava ele, como de costume, sentado no mesmo lugar, vendo as mesmas pessoas talvez já cansadas de vê-lo ali, esperando que alguém lhe desse algum trocado.
Pedro e João vinham entrando no santuário quando ele (talvez não pela primeira vez) lhes pediu uma esmola. "Olhe para nós", disse Pedro - e ele olhou esperando receber qualquer ajuda - "não tenho prata nem ouro, mas o que tenho te dou: em nome de Jesus, levanta e anda!"
O que me chama a atenção neste acontecimento não á autoridade que Pedro atribui ao nome de Jesus. Isto nós todos fazemos, sabendo que sem Jesus não podemos fazer nada (Jo 15:5). O que me atrai nesta mensagem é o que Pedro fez e quase ninguém faz: ele tomou o paralítico pela mão, ajudou-o a se firmar, e até que seus pés estivessem firmes ele o sustentou com as mãos. Oh, glória a Deus!
Há tantas pessoas do lado de fora da igreja à espera de ajuda! Tem tanta gente sentada lá, talvez dentro da igreja mesmo, precisando de alguém pra lhe ajudar a se erguer! Muitos estão à margem, literalmente mendigando o pão espiritual, mas não têm forças para se erguer e ficar de pé...
Estas pessoas estão ali o tempo todo. Nós passamos por elas, entramos e saímos e não fazemos nada! Talvez não o façamos por pensar que tudo o que elas precisam seja um pouco de dinheiro ou a solução dos seus problemas, mas não: elas estão ali precisando de um sorriso, um abraço, a "Paz do Senhor"!
Custa tão pouco amar alguém! É tão simples dar importância a quem pensa que não tem! Estas pessoas querem saber que são realmente importantes para alguém, querem ser lembradas pela igreja, pelos irmãos...
Estamos tão acostumados a buscar ouro e prata que pensamos ser disto que todo mundo precisa. Queremos tanto contemplar milagres, ver paralíticos andando e tantas maravilhas, mas não percebemos o que está diante dos nossos olhos.
Estenda as mãos àquele irmão que parece não ter jeito para a obra, dê um abraço naquele outro que não conversa com ninguém, aquele jovem que vive dando escândalos na igreja. Diga a eles que eles são importantes, e que Jesus morreu por eles também.
Seja amável. Seja crente. Deixe Deus te usar.
Diga ao paralítico espiritual mais próximo de você: "Levanta, segura a minha mão, e anda!" e você verá o milagre acontecer.
Paz, em Cristo Jesus.