terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Bom Alicerce

Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica (...) É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.” (Lucas 6:47,48)

As pessoas comuns, quando vêem alguém embaraçado por algo errado que cometeu, ou envergonhado por um erro escondido há algum tempo, costumam usar um ditado que me chama a atenção: “A casa caiu!”.
Embora muitos crentes acreditem que o alicerce de nossa “casa espiritual” é Jesus, vemos constantemente casas caindo, casamentos arruinados, vidas financeiras fracassadas e, em conseqüência disto, muitos crentes estão se desviando da fé.
Aparentemente, o problema é a falta de Jesus, ou de alicerçar a vida em Jesus. Mas observando a vida de pessoas que não têm Jesus, percebemos que o problema não é só “ter Jesus”. Observe:

1) Alguns casais que não têm Jesus, ficam casados por décadas e criam seus filhos felizes, enquanto alguns crentes não ficam casados dois meses.

2) Muitas pessoas que não têm Jesus vivem tranqüilamente suas vidas comprando e pagando o que compraram, porém há crentes que compram e não são muito dados a pagar o que devem.

3) Em muitas famílias comuns os filhos respeitam os pais e cumprem seus deveres, enquanto nossas igrejas estão cheias de problemas familiares e jovens irresponsáveis que não se submetem aos pais.

4) Conheço profissionais bem sucedidos que nunca levantaram suas mãos para adorar a Deus, e conheço crentes que não perdem um culto e são uns verdadeiros fracassos.

Como você pode perceber, o problema não está em “ter” ou “não ter” Jesus. A verdade é que Jesus nunca ensinou ninguém a “construir casas” sobre Jesus. O que acontece é que somos levados a pensar que a rocha na qual devemos fundar nossas “casas” é o próprio Jesus. Se você está sossegado, pensando que o fato de estar em Jesus livrará sua casa da queda, lamento informar, mas SUA CASA VAI CAIR.
Jesus disse: “Aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras E AS PRATICA, será como o homem que, edificando a sua casa, cavou profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha”.
A rocha, neste contexto, não é Jesus, mas as palavras de Jesus. Não adianta ser crente, ouvir a Palavra todas as noites, fazer parte do louvor, ou mesmo ser um pregador, e não praticar as palavras de Jesus.
Nosso insucesso, na maioria das vezes, não é falta de oração ou de consagração, é falta de agir conforme a Bíblia nos ensina.
        
a) A Bíblia diz que pela muita preguiça desaba o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa. (Ec 10:18). Quando vemos um incrédulo se esforçando para conquistar seus bens e sendo firme nos propósitos, ele está inconscientemente cumprindo o que Jesus ensinou. Já o crente preguiçoso verá sua casa cair, porque tem a receita nas mãos e não pratica as palavras de Jesus.

b) A Bíblia ensina os maridos a serem gentis para com as esposas, sob pena de suas orações não serem ouvidas por Deus (I Pe 3:7). O marido incrédulo que dá à esposa honra como manda a Bíblia, está firmando sua casa na rocha, enquanto o tolo maridão crente governa sua casa como quer, e acaba frustrando sua fé, pois suas orações são impedidas diante de Deus.

c) A Bíblia nos permite até estarmos irados, mas recomenda que não deixemos que o sol se ponha sobe a nossa ira (Ef 4:26). O homem comum dotado de humildade e que não guarda em si raízes de amargura vive mais e melhor do que o crente que nem participa da Ceia do Senhor por causa do orgulho que não lhe permite perdoar a falta de um irmão.

d) A Bíblia orienta às esposas a se submeterem a seus maridos, sujeitando-se a eles, mesmo quando estes não são crentes (Ef 5:22; Cl 3:18; I Pe 3:1). A mulher descrente que honra a seu marido é mais feliz do que a crente que está sempre em pé de guerra, porque ô coisa ruim é cair na mão de uma mulher rixosa! (Pv 21:9, 19).

Pelo que vimos, fundar a casa sobre a rocha não é simplesmente estar em Cristo. Claro que ao estarmos em Cristo, temos uma salvação proposta, um galardão a receber e a certeza de que para os que estão em Cristo Jesus nenhuma condenação há. Mas ser salvo é uma coisa absolutamente diferente de ter a casa de pé, em paz.
Quando não praticamos as palavras de Jesus somos salvos, mas a vida está de ponta-cabeça, cantamos na igreja, mas o casamento está um inferno, damos dízimos e ofertas, mas a prosperidade não encontra o endereço da nossa casa.
Vamos então, edificar a casa sobre a rocha, seguindo os sábios conselhos de Jesus.
Que a Paz de Deus, que excede todo o entendimento seja conosco!
Marcelo Reis.

domingo, 24 de outubro de 2010

A Arca e a Nova Aliança




Estive observando a beleza que existe na semelhança entre a Arca da Aliança e a Nova Aliança feita entre Deus e o Seu povo. No Êxodo, quando o Senhor tirou Israel do Egito, propôs a Moisés a confecção de alguns utensílios de culto que seriam empregados no Tabernáculo na adoração a Deus. Segundo a tipologia*, os utensílios do Tabernáculo representavam a obra salvadora de Cristo na Nova Aliança. Cada utensílio tem a sua função no culto, bem como sua representação para a Nova Aliança.
         Destes utensílios, o que mais me chama a atenção é a Arca. Deus pediu a Moisés que se fizessem uma arca (Ex 25:10ss) de madeira de acácia, e a revestissem de ouro puro por dentro e por fora. Sobre a arca deveria ser feita uma coroa de ouro ao seu redor, e uma tampa chamada de propiciatório onde seria oferecido o holocausto pelos pecados do povo, sobre ela dois querubins de ouro com seus rostos voltados para baixo e suas asas estendidas cobrindo o propiciatório. Dentro da Arca foram colocadas as pedras da Lei, que Moisés havia recebido (o Testemunho), a vara de Arão que floresceu no deserto e o maná (Hb 9:4)
         Comparada ao que Deus faz hoje ao tirar o homem pecador do “Egito” que é o mundo, a confecção da Arca simbolizando a Aliança entre Deus e o homem é feita todos os dias em um novo pecador. Veja a comparação:

1) A Arca foi feita de madeira, que nasce da terra e, quando se separa dela logo se acaba se não for preservada. Assim também o homem feito da terra, nascido no mundo em pecados, quando é separado da terra (o mundo) precisa ser revestido da presença de Deus para que não pereça.

2) Ao se revestir a Arca com ouro puro, o que era simplesmente madeira deixa de parecer madeira e toma a aparência de puro ouro, aumentando muitíssimo seu valor. O mesmo acontece com o homem pecador quando é escolhido por Deus para ser Seu. Ao ser revestido pelo Espírito Santo, o que tinha aparência de pecado assume a aparência de santidade, e assim como a Arca de madeira, tem seu valor multiplicado infinitas vezes.

3) Os querubins postos sobre a Arca simbolizavam a presença de Deus que descia sobre a Arca quando era oferecido o holocausto, dali o Senhor falava com o sacerdote e lhe respondia. Sobre a vida do homem transformado, do pecado à santidade, está a shekinah de Deus, a fumaça da Sua presença que lhe responde e lhe consola.

4) Dentro da Arca estavam as pedras da Lei (a Aliança), a vara de Arão que floresceu no deserto (o sinal do poder de Deus), e o vaso de ouro que continha amostra do maná que Deus mandou no deserto (o sinal da provisão de Deus). Dentro de cada homem que está em Cristo, em seu coração estão a Aliança feita com Deus por intermédio da fé em Jesus, os frutos do Espírito que floresceram numa terra seca e pecaminosa, e a certeza da provisão de Deus para tempos difíceis.

         Esta comparação nos traz a compreensão de que estamos nos propósitos de Deus há tanto tempo, que somos parte de Sua própria história, de forma que o nosso bem é o Seu prazer, e é por isso que Ele nos dá a Seu tempo a provisão e reafirma todos os dias o amor que nutre por cada um de nós.
        
         Que a nossa vida seja segundo a regeneração da Palavra de Deus. Paz e Graça, da parte do Senhor Jesus!
         Marcelo Reis.

*Tipologia, estudo relacionado aos tipos e antítipos bíblicos, figuras veteroterstamentárias que apontam ou prefiguram seu correspondente no Novo Testamento, ou Nova Aliança 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Sacrificio de Um Pai Amoroso




Às vezes permitimos que o novelo da vida nos enrole e deixamos de valorizar o tamanho do sacrifício que Deus precisou fazer para nos livrar da morte através do sangue de Seu Filho. Este vídeo mostra uma paráfrase da escolha feita por Deus ao entregar seu Filho Unigênito para que nós pudéssemos viver.

O Nosso Tempo e o Tempo de Deus

Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. – 2Pe 3:8

         Para quem espera alguma atitude da parte de Deus pode não ser confortável esta consideração feita por Pedro no versículo acima, mas a grande verdade é que Deus age sempre certo, na hora certa, e em quem está no lugar certo.
         Quem nunca teve a impressão de que a “hora de Deus” parecia não chegar mais, ou ter a sensação de que o Senhor havia se esquecido de cumprir seus compromissos? Por tantas vezes pensamos que o Senhor tarda, mas ainda não é chegada a Sua hora.
         A hora de Deus e Seu momento oportuno não se submetem ao relógio que conhecemos, e Seus dias são incontáveis. Enquanto nosso tempo é regido por relógios e calendários, o tempo de Deus vai além.
         As coisas que esperamos acontecer, geralmente são organizadas cronologicamente em nossas expectativas. Nosso tempo é o tempo chronos (χρόνος, que dá origem a cronologia) e o tempo de Deus é o kayrós (Καιρός, que é um tempo independente de dias e horas).
         Aos oitenta anos, o tempo (chronos) para Sara dar à luz um filho havia passado, mas Deus tinha uma promessa a ser cumprida ao seu tempo (kayrós) na vida de Abraão e Sara. Ela concebeu e gerou a Isaque.
         Moisés guiou Israel sob a autoridade de Deus durante quarenta anos no deserto e não entrou na terra prometida. Havia no coração de Moisés um desejo colocado por Deus de entrar na terra, mas quando chegou o tempo (chronos) esperado por Moisés, ele apenas viu a terra e não entrou. Aproximadamente mil e quinhentos anos depois, na transfiguração de Jesus no Monte Tabor, lá estavam Moisés e Elias ao lado do Senhor em Sião, a terra prometida. Passaram-se muitos anos, mas aquele era o tempo (kayrós) de Deus para Moisés entrar na terra prometida. Muito provavelmente seria agradável para Deus permitir que Moisés entrasse em Canaã, mas Moisés mostrou despreparo para isso quando feriu com raiva a pedra que representava Cristo no deserto.
         Muitas vezes o tempo de Deus é próximo, mas nos distanciamos dele quando nos mostramos despreparados. Às vezes o Senhor tem tudo preparado, mas nossa meninice nos afasta da bênção que estava tão perto. Assim é frustrado nosso “chronos”, e o “kayrós” de Deus mantém-se reservado para a hora certa, quando estivermos no lugar certo.
         Deus não tem pressa, para Ele mil anos são como o dia de ontem que passou... e você, tem todo esse tempo? Se não, ponha-se em posição. Esteja no centro da vontade de Deus, assim as bênçãos do Senhor o alcançarão e você viverá melhor seu tempo.
         Graça e Paz, em Cristo Jesus, o Senhor.
         Marcelo Reis.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Valor de um Amigo


 
Melhor é serem dois do que um, (...) porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. – Ec 4:9,10 

A natureza do homem revela sua incapacidade de ser feliz sozinho desde a criação. O Senhor Deus ao ver Adão vivendo sozinho no jardim, apenas observando os casais de animais que haviam sido criados, percebeu em Adão a necessidade de ter uma companheira. Na História, os grandes homens sempre eram acompanhados de amigos confiáveis, pessoas em quem depositavam um sentimento de segurança.
O próprio Deus encontrou na pessoa de Abraão uma verdadeira amizade. Percebe-se que quando Deus vê em Abraão a disposição de Lhe oferecer a vida de Isaque, seu único filho, assim como estava no coração de Deus a disposição de entregar pelo homem Seu Filho Jesus, se estabelece uma relação inabalável entre Deus e Abraão.
Jesus, sempre acompanhado dos apóstolos, costumava viver rodeado de amigos, e afirmava que todo aquele que faz a vontade do Pai é Seu amigo. Ele costumava chamar seus amigos mais chegados para momentos especiais e momentos de angústia. Quando se transfigurou no monte Tabor, fez questão de mostrar sua gloriosa aparência divina a seus três amigos mais chegados: Pedro, Tiago e João. No Monte das Oliveiras, quando estava angustiado chamou os onze, mas seus três amigos especiais foram chamados até o jardim para estar com ele por alguns instantes.
Diante de tantos exemplos parece ser tola nossa atitude de nos isolar quando estamos tristes, de tentarmos resolver sozinhos nossos problemas, de não deixar transparecer a tristeza e até a dor que nos atribula.
Às vezes pensamos que é melhor estar na caverna, como Elias, do que assentarmos com um bom e verdadeiro amigo para chorar e pedir suas orações. É preciso aceitar que não somos tão fortes assim, e que até mesmo Jesus pediu a intercessão de seus amigos quando sofreu.
Somos mais fortes quando não estamos sós, e um bom amigo é um tesouro que não se pode comparar. Jesus é o Verdadeiro Amigo, e deixou muitos imitadores em quem podemos confiar. Procure um servo de Deus que lhe transmita confiança, faça dele seu amigo e seja amigo dele também. Melhor é serem dois do que um, pois se um cair o outro o levanta (Ec 4:9,10).
Graça e Paz, da parte do Senhor Jesus Cristo.
Marcelo Reis.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quando a Fé é frustrada


Muitos de nós quando aceitamos e afirmamos nossa fé em Jesus, acreditávamos que estar em Cristo fosse sinônimo de ter os problemas resolvidos. Na verdade, Deus nunca disse isso.
Quantos fomos conquistados por pregações que diziam que ao aceitarmos a Cristo como Senhor, ele cuidaria de todos os nossos problemas, e jamais experimentaríamos o sofrimento outra vez. É verdade que este tipo de pregação trouxe muitos pecadores a Cristo, mas infelizmente muitos crentes abandonaram a fé ao descobrirem que na prática, o mesmo que sucede a ímpio, sucede também a justo.
Tantas vezes nos perguntamos como pode alguém justo e crente, ser oprimido e tentado, às vezes envergonhado e até decepcionado nos projetos que deixou nas mãos do Senhor, enquanto o vizinho ao lado, ímpio, desonesto, blasfemador e escarnecedor troca de carro duas vezes por ano e parece nunca ter um problema para resolver.
Alguns atribuem isso ao destino e outros à sorte, mas a Bíblia diz que a mesma sorte está sobre o justo e sobre o ímpio. O sábio Salomão diz que dedicou toda a sua vida a observar as vaidades que acontecem debaixo do sol, e chegou a uma conclusão: o grande mal que há debaixo do sol é que tudo sucede igualmente a todos:
Pois a mesma coisa acontece com os honestos e os desonestos, os bons e os maus, os religiosos e os não-religiosos, os que adoram a Deus e os que não adoram. A mesma coisa acontece com quem é bom e com quem é pecador, com a pessoa que faz juramentos e com a que não faz.” (Ec 9:2 - NTLH)
O salmista Asafe diz no Salmo 73 que ao comparar sua vida com a vida do ímpio, seus pés quase se desviaram, pois viu que o ímpio sofria menos, não vivia em apertos como ele, e até quando morria, morria melhor. Asafe só pôde perceber o real propósito do Senhor quando entrou em Seu santuário e o Senhor lhe fez saber que colocou o ímpio num lugar alto e escorregadio, e é grande a sua queda!
Servir a Deus esperando os bens desta vida é algo que pode ser frustrado, pois o nosso bem é eterno, onde o ladrão não rouba e a traça não rói (Lc 12:33). O Senhor é justo para fazer prosperar os caminhos dos que O temem, mas isso depende mais de nós, de nossas decisões, do que duma intervenção divina propriamente dita. Temos o direito de escolher e de consultar o Senhor, mas estamos sujeitos a errar, assim como qualquer outro.
Há muitos ímpios fazendo o que devíamos fazer. Muitos incrédulos são mais prudentes do que nós: eles se planejam, projetam suas carreiras, estudam, plantam e colhem o que plantaram. Os resultados alcançados por quem age assim serão os mesmos tanto para os justos quanto para os ímpios, porém ao fim, os primeiros verão a Deus e os últimos serão empobrecidos e jamais receberão o galardão dos santos.
Seja o nosso propósito em amar ao Senhor, em servi-Lo com tudo o que somos, fazendo o que convém, agindo prudentemente nas coisas da vida, buscando primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, certo de que tudo o mais, sendo necessário, nos será acrescentado.
O Senhor tem sempre uma saída, Ele é capaz de resolver qualquer situação, mas é Seu prazer nos ver crescendo e aprendendo a decidir segundo a boa Luz que Ele nos tem dado.

Paz e bem, em Jesus Cristo, Senhor e Deus.
Marcelo Reis.

Precisamos de cura, mas o foco é na salvação!

Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores.” (I Tm 1:15)


Outro dia eu estava me preparando para sair de casa e, enquanto me trocava, liguei a TV num canal onde estava sendo transmitida uma cruzada de milagres do “apóstolo” Valdemiro Santiago.
         Uma coisa que ouvi em sua pregação me deixou intrigado; diante de uma imensa multidão, ele arrogando-se digno de declarar milagres para seus expectadores, começou a dizer: “Se a Palavra de Deus na minha boca é verdade, o Senhor vai começar a fazer milagres aqui agora. (...) Pregar a Palavra de Deus é uma coisa, mas para ela ser fiel, precisa ter condições para tal, e isso é uma outra coisa. Eu tenho condições.” Mas o que é isso?! Queridos, a Palavra de Deus é verdade, pronto e acabou! A Escritura não se submete à qualidade do mensageiro para ser verdade, aliás, isso a tornaria a mais indigna das mensagens, visto que não há homem sem pecado neste mundo vil, que seja digno de anunciá-la. A grande diferença entre uma verdadeira e uma falsa mensagem do Evangelho está na coerência com a Bíblia. Se seu Evangelho é o das Escrituras, amém, seu Evangelho é verdade, caso contrário é mentira. Simples assim.
         Agora vamos analisar se essa palavra (com “p” minúsculo mesmo) que ele prega, é a genuína Palavra de Deus.
         No meio da multidão, uma senhora recebe o microfone da mão de um obreiro e começa a dizer que há muitos anos sofria de uma certa enfermidade. O “apóstolo” com seu jeitão simplório proposital começa a dizer: “Minha senhora, a senhora sabia que Deus amou tanto você, que enviou o Seu único filho, Jesus Cristo, para morrer em seu lugar, carregar todas as suas enfermidades, sofrer toda a sua dor, SÓ PARA A SENHORA SER CURADA hoje?”. Eu assisti ao programa até o final, para verificar se em algum momento ele falaria em salvação, o que não aconteceu. É este o evangelho pregado por este senhor, meus irmãos. É este o foco da obra salvadora e substitutiva que Cristo realizou? Foi simplesmente para nos curar que Cristo morreu? Absolutamente não! O foco é na salvação.
         Inegavelmente, Jesus cura. É fato indiscutível, mas não é o foco – é uma conseqüência. Enquanto for anunciado o evangelho da troca, o evangelho da cura e da restituição, veremos nossas igrejas inchadas, cheias de pessoas vazias, pois não há foco na salvação, não há frutos do Espírito, e faremos o quê? Seremos bons “bereanos”, analisaremos nas Escrituras e denunciaremos os ventos de doutrina até que Jesus venha nos buscar.

         Em Cristo Jesus, Graça e Paz do Senhor.
         Marcelo Reis.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pentecostais Equivocados


Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. (I Coríntios 13:11)


            O número de pentecostais brasileiros representa hoje a maior parte dos protestantes do país. Algumas igrejas têm crescido de forma assustadora, conquistando populosas cidades e alcançando um número de fiéis impressionante. Acredita-se que os pentecostais somam mais de 70% dos protestantes do Brasil.
            Sempre soa como boa notícia o crescimento da igreja de Jesus, haja vista o prazer que sentimos ao ver os frutos do Evangelho sendo colhidos. Mas até onde podemos considerar sadio este crescimento? É um verdadeiro crescimento ou a Igreja Pentecostal está inchada?
            Não pretendo tratar neste artigo o caso dos neopentecostais, que abordarei em outra ocasião, mas será muito interessante discorrer um olhar reformado sobre nossa conduta como pentecostais, considerando a condição de protestantes que somos.
             Os últimos anos têm se mostrado a era dourada do experiencialismo. Nunca as experiências tiveram um lugar tão elevado na vida dos pentecostais, a ponto de superar a importância do texto bíblico quando confrontados. Todo cristão necessita realmente de experiências com o Espírito Santo, mesmo as sobrenaturais e talvez incompreensíveis à luz da teologia. Mas devemos sempre nos perguntar até que ponto a experiência concorda com as Escrituras.
            A graça de Deus é multiforme, e sabemos que o Senhor opera como quer. Isso não quer dizer que Ele faz desordem quando quer, faz pessoas uivarem quando quer, faz algumas pessoas se rastejarem feito cobras e a fazerem outros tipos de expressões que além de desfigurar o indivíduo, o faz agir como se estivesse num terreiro. Este não é o pentecostalismo bíblico. As Escrituras ensinam a manter a ordem no culto e afirmam que Deus não é Deus de confusão.
            A Bíblia diz que nossos cultos devem ser racionais (inteligentes) e descentes. Em todo tipo de manifestação, o Espírito de Deus tem plena liberdade e autoridade para agir como quer, mas sempre e infalivelmente estará em acordo com a Palavra de Deus. O Espírito Santo jamais causará dúvida num coração ao desafiar um texto sagrado através de uma experiência antibíblica.
            Os gnósticos dos primeiros séculos da Igreja: acreditavam ter um conhecimento espiritual não revelado por escrito, que suplantava todo tipo de ensinamento, e ganhava popularidade por ser considerado superior a outros ensinos por ser dado diretamente por Deus. Este comportamento os colocou no rol das seitas primitivas da era cristã. Será o caso de estarmos fazendo o mesmo?
            Não sejamos meninos, já que chegamos à maturidade vamos abandonar as coisas de menino e submeter nossas experiências à Palavra de Deus.

            Marcelo Reis.