quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Pregador de Nazaré

Naquele tempo não havia holofotes, lindos ternos ou gravatas vermelhas. O microfone com “eco” ainda nem havia sido inventado. O que chamava a atenção dos ouvintes não era a eloqüência com que o pregador lhes expunha a mensagem ou os divertidíssimos clichês que se ouve hoje em dia por aí.
         O Pregador não era graduado em modalidade alguma de teologia, não possuía diploma algum, não fazia lá grandes gestos, nem era muito dado a impressionar a plateia.
         As pessoas vinham de toda a parte. Não se importavam se a van viria às cinco da manhã ou às sete da noite, o que realmente importava era estar lá e poder ouvir aquele Grande Pregador.
         O que fazia dele um Grande Pregador era a forma simples e objetiva de aplicar aos seus corações a verdadeira mensagem do Reino dos Céus. As pessoas vinham de longe com a única finalidade de ouvi-lo porque criam que ao som da sua voz simples e doce mal algum se sustentaria de pé.
         Cegos, surdos, mancos, paralíticos e aleijados eram levados até ele para serem curados. Pessoas deprimidas, oprimidas, atribuladas, angustiadas ou mal-amadas eram todas libertas pelo poder da Sua Palavra.
         Ele foi, sem dúvida, o maior pregador de todos os tempos. Ele é o grande realizador dos milagres, o Seu Espírito continua em busca de pregadores de milagres sobre quem possa ministrar o milagre da regeneração e do arrependimento: o milagre que transforma o homem cego e pecador num santo homem de Deus!
         Ainda hoje se ouve ecoar a mensagem do Pregador de Nazaré a dizer: “Não se turbe o vosso coração...” ou “Vinde a Mim os atribulados e Eu vos aliviarei”.
         Não digo que Ele era contra o espetáculo, pois muitos dos seus santos foram feitos espetáculo para o mundo. Aliás, Ele se alegra muitas vezes com o espetáculo da carreira na fé e da vitória sobre o pecado. Mas quanto ao espetáculo de incautos e inchados pregadores que fazem do santo culto um show de espetáculos para impressionar a platéia, tenho a sensação de ouvi-lo dizer: “Estou à porta e bato”.

         Voltemos à simplicidade do Evangelho, sob o modelo de Jesus de Nazaré, anunciando o Reino de Deus e a sua justiça, enquanto o Espírito Santo opera entre nós os milagres que lhe compete realizar.
         A Ele a glória, por todo o bem que nos tem feito. Amém.
         Marcelo Reis.