quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Pecado Para a Morte

Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”. I João 5:16
Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada”. Mateus 12:31 

O pecado é a parede que faz separação entre o homem e Deus (Is 59:2; Hb 12:14). Na intenção de se aproximar do homem e de nos reconciliar consigo mesmo, Deus enviou Seu único Filho, a fim de remover os nossos pecados (Jo 1:29) e conceder vida eterna a todo aquele que crê (Jo 3:16). Através da fé em Jesus o cristão tem acesso à presença de Deus, do qual foi feito filho por adoção.
            O amor de Deus por alguém que o confessa e a Jesus como Senhor de sua vida é tão grande que qualquer tipo de explicação seria inútil em retratar sua dimensão. Nenhum outro ser poderia entregar um filho por uma pessoa indigna como fez o Senhor. A dor que o próprio Deus sentiu ao ver Seu único Filho agonizando por um pecado que nem era seu supera toda e qualquer atitude que possa demonstrar amor.
            É deste Deus que estamos falando. É a esta salvação que nos referimos. Salvação levada a cabo por um Deus que conhece a fraqueza humana e que se compadece dela. Seria este o mesmo Deus que sentiria prazer em lançar um pecador arrependido no castigo eterno?  Que pecado levaria Deus, que é infinito em amor, a ser incapaz de perdoar?
            Há um vento de doutrina, como muitos outros, que aponta diversos tipos de pecados como sendo o “pecado para a morte”. Muitas vezes, entre os grupos que afirmam isto, a ênfase do pecado para a morte é dada no ato do adultério. Dizem eles que a pessoa uma vez convertida, se cometer o adultério estará lançando sua alma no inferno, pisando o sangue de Jesus, e será muito tarde para se arrepender. É bem verdade que os que viverem em pecado e assim forem achados, não herdarão o reino dos céus, mas o adultério não é o único pecado que exclui o homem da glória de Deus (cf Gl 5:19-21; I Cor 6:9,10).
            Concordar com o pensamento exposto acima é, no mínimo, heresia contra o sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado (I Jo 1:7), além de impedir pessoas de alcançarem a misericórdia do Senhor através dum verdadeiro e puro arrependimento.
            Então, há pecado que não possa ser perdoado? Sim, qualquer pecado, do qual o pecador não se arrepender, não será perdoado. É exatamente o caso do único pecado para a morte: a blasfêmia contra o Espírito Santo.
            Alguns crentes têm medo de haverem cometido o pecado contra o Espírito Santo, mas o próprio medo destas pessoas por si só já é a evidência de que as tais não cometeram este pecado.
            A blasfêmia contra o Espírito Santo não pode ser cometida por alguém que tenha medo de perder sua salvação. Ela consiste em atribuir conscientemente as obras do Espírito Santo ao iníquo, profanando a santidade do Espírito de Deus. Este pecado é cometido apenas por alguém que está tão longe do amor de Deus, e tão morto em sua fé, que o Espírito Santo não pode mais convencê-lo do pecado, por isso não se arrependerá dele.
            Portanto, se há arrependimento [sincero] no coração do pecador, é o Espírito Santo quem está causando. Se o Espírito Santo está em sua vida, onde Ele está há liberdade (II Cor 3:17), e há perdão de Deus para o seu pecado.

            Que esta tão maravilhosa graça do Senhor Jesus seja com todos!

domingo, 5 de dezembro de 2010

A Divindade de Jesus

É doutrina consagrada entre a maioria dos cristãos a divindade de Jesus Cristo. Infelizmente há também aqueles que lutam para diminuir a glória e a majestade d’Aquele que se esvaziou de Si mesmo e tornou-se homem a fim de pagar o preço da nossa reconciliação com Deus.
O perigo de interpretar textos isoladamente tem desviado a muitos quanto à ortodoxia da fé cristã. É este tipo de interpretação que provoca a falsa impressão de Jesus ser inferior ao Pai. Para uma boa compreensão sobre a teologia da divindade é necessário usar toda a Bíblia, com todas as suas referências sobre o assunto, para formar conceitos sobre a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Os pseudocristãos que diminuem (aliás, tentam diminuir) a grandeza da pessoa de Jesus apóiam-se em argumentos infundados que devem ser cuidadosamente analisados:

a) Há apenas um Deus. O monoteísmo judaico-cristão aponta para a existência de um único Deus, eterno e verdadeiro. Ao passo que Jeová (o Pai) se apresenta como o único Deus verdadeiro, afirmando que fora dele não há Deus (e.g. Dt 6:4; II Sm 22:32; Sl 18:31; Is 43:11; 44:6,8; 45:21; 45:5; Mc 12:32; Rm 16:27 entre outros), crer na existência de mais de um Deus constitui idolatria. Sob esta ótica é preciso muito cuidado para não tratar Jesus como Deus à parte do Pai como alguns fazem, e também não podemos fazer de Jesus um deus menor que o Pai, diferenciando-o em poder e, portanto, fazendo dele um outro Deus.

b) Jesus se dizia menor do que o Pai. Textos como Jo 10:29; 13:16; 14:28 causam a impressão de que Jesus exerce ainda hoje um ministério submisso ao Pai assim como exerceu na vida humana. Afirmações como a de João 14:28 (Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu.), quando analisadas isoladamente provocam no leitor uma falsa certeza de que Jesus está se proclamando menor do que o Pai. Todavia, ao ler paralelamente Lucas 22:27, não podemos crer que Jesus está também se colocando em posição inferior à dos apóstolos: “Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve”. Deve-se considerar, antes de tudo, que a vinda de Cristo à terra em condição humana implicou no abandono temporário de Sua condição anterior. Ao tornar-se carne, Jesus exerceria seu ministério como homem de carne, não como Deus. Sua condição humana o tornara menor do que os anjos, inclusive (Hb 2:7), e fazendo jus à missão, deu-nos o exemplo de humildade, considerando os outros em maior estima do que a Ele próprio. Consideradas estas coisas, passamos a observar o triunfo do Messias sobre o pecado e a morte, sendo recebido no céu dotado de todo o poder.
 

c) Deus nunca foi visto por alguém, como Jesus foi visto pelos homens. Interpretado a esmo, este versículo (I João 1:18) parece afirmar que como Deus nunca foi visto por alguém, Jesus não é Deus devido à sua manifestação física à humanidade da sua época na terra.  Há duas inverdades nesta interpretação. Em primeiro lugar o termo “nunca” está aplicado à geração dos ouvintes da pregação de João, haja vista a própria Bíblia narrar casos em que o próprio Deus se revelou a homens, como em Gn 12:7, 18:1; Ex 3:2ss; Is 6:1-13; Am 9:1. É preciso levar em conta o contexto e a cultura lingüística da época. Termos como "perpetuamente", "nunca", "jamais" e outros advérbios de tempo eram limitados à geração de quem se falava. Observe que o sábado era uma aliança perpétua, assim como a circuncisão e a Páscoa. Enquanto passados de geração a geração eram perpétuos, mas quando o tempo da Graça foi inaugurado acabaram-se os mandamentos "perpétuos" da Lei. Em segundo lugar, embora o Pai e o Filho sejam Deus, cada qual tem sua função na economia da divindade, agindo concordemente. O Filho possui um corpo glorificado, o Pai é incorpóreo, mas ambos são Deus: um único Deus que subsiste em três pessoas co-iguais: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Contra os argumentos anteriormente apresentados, precisamos lançar luz sobre os textos bíblicos que afirmam a divindade de Cristo e que em nenhuma hipótese poderão ser tirados do todo, pois um texto bíblico jamais deverá ser interpretado em detrimento de outro: a Bíblia toda é a verdade.
Veja o testemunho bíblico sobre a divindade de Jesus:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.Jo 1:1. "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade:  Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória". I Tm 3:16. "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Is 9:6. "E Jesus disse a Tomé: Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia". Disse-lhe Tomé: "Senhor meu e Deus meu!" Jo 20:27,28. "Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. II Pe 1:1. "Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna." I Jo 5:20. “Do Filho diz:o teu trono, ó Deus, subsiste eternamente” Hb 1:8

Há, portanto, argumentos suficientemente claros para reconhecermos em Cristo Jesus a plenitude da divindade.

Por Cristo,
Marcelo Reis.


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Como Devo Crer na Trindade? 
         

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Você deixaria tudo por Ele?

Sai da tua terra, do meio da tua parentela, e da casa de teu pai, e vai para a terra que eu te mostrarei” Gênesis 12:1

         Ser chamado por Deus é um privilégio sem preço. Não que não haja um preço a ser pago, mas preço algum deste mundo vale tanto quanto ser do Senhor e tê-lo ao alcance da oração, como Pai e Salvador.
         Sabemos que não se paga pelo chamado com prata ou ouro, mas também sabemos que não é fácil deixar toda a bagagem que trouxemos do passado para estar com o Senhor.
         Deus chamou a Abrão dizendo: “Sai da tua terra, do meio da tua parentela, e da casa de teu pai,e vai para a terra que eu te mostrarei”. Abrão tinha setenta e cinco anos quando atendeu ao chamado de Deus, levando consigo sua mulher, seus servos e seu sobrinho Ló.
         Certamente não foi fácil abandonar toda uma história, a convivência com a família do pai, a terra onde sempre viveu e, entre todas estas coisas, os costumes aos quais era apegado. Provavelmente esta atitude gerou um certo desconforto frente a tantas renúncias.
         Aos setenta e cinco anos Abrão nos deixa exemplos de como proceder diante do chamado do Pai: 1) Não importa quanto tempo faz que você está familiarizado com seus conhecimentos, suas práticas e costumes; se Deus chamou, é tempo deixar tudo e obedecer.  2) Ao atender o chamado de Deus, vá e leve com você a sua família e todos que o cercam. 3) Embora o passado seja confortável e difícil de ser abandonado, não faz mais parte dos planos de Deus para sua vida, Ele escreveu uma nova história pra você, melhor e mais feliz.
         Você abandonaria tudo se Deus lhe chamasse para Sua vontade? Deixaria as tradições, os costumes, as teorias, as ideologias, o pecado e tudo o mais que fazem divisão entre você e o Senhor?
         Saiba que por sua causa Jesus abandou toda a Sua glória, se esvaziou de todo o Seu poder; deixou tudo de lado para dar a você uma esperança além da vida.
         Como homem aqui, ele quis ser castigado em seu lugar, adoeceu em seu lugar, e foi moído pelos seus pecados para que você fosse perdoado. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas Suas feridas fomos curados (Isaías 53:4,5).
         A Palavra de Deus diz que na presença do Senhor há abundância de alegria.
Se você ainda não deixou tudo por Jesus, e ainda não experimentou o valor de estar em Sua presença, faça isto agora. Clame por Ele e convide-o para assenhorear-se de sua vida. Diga a Jesus que você o aceita como único Senhor e Salvador da sua vida.
Que a graça do Senhor Jesus esteja sobre a sua vida! Paz e Bem!
Marcelo Reis.

sábado, 13 de novembro de 2010

E o Cordeiro Abriu o Livro!


Havia sessenta anos que Jesus fora assunto aos céus. Jerusalém já havia sido invadida, o Templo destruído, os cristãos perseguidos sem causa, e o ancião João confinado numa ilha onde todo tipo de bandidos era levado cativo.
         Depois de muita perseguição e castigo, João já não tinha mais tantas expectativas acerca de seu ministério, e não era para menos. Avançado em idade, ele parece esperar seus últimos dias chegarem, quando seu velho Amigo lhe surpreende uma vez mais para tornar João o escritor do livro mais estudado do Novo Testamento. Tudo o que João passou nestes tempos nos remete à certeza de que por mais que o inimigo pense ter calado os que anunciam a volta de Jesus, o Senhor tem sempre algo mais a fazer em nossas vidas, e sempre põe diante de nós uma porta de saída nos momentos mais difíceis.
         João estava na ilha, e ouviu quando alguém lhe chamou. Ao virar-se para ver quem era, a visão foi realmente espantosa: Jesus apresentou-se a ele na mesma forma em que se transfigurou no monte Tabor. A maravilhosa aparência de Jesus, descrita em Apocalipse 1:13-16 demonstra a grandiosidade do poder do Senhor em seu estado glorificado.
Mas a intenção de Jesus não era apresentar seu estado glorificado ao apóstolo, era mostrar a ele e a nós a glória que nos foi reservada. As coisas necessárias e urgentes às sete igrejas da província da Ásia tipificaram as necessidades universais da igreja em todos os tempos.
Tudo o que foi dito a João na revelação teve de ser escrito. Dentre tantas visões, uma nos traz um conforto especial, e uma segurança sem par. Em dado momento da visão, João é levado a contemplar uma sala, onde está o trono de Deus cercado de vinte e quatro anciãos e quatro seres que em todo o tempo cultuam a Deus.
João vê que na mão direita do Ser que estava assentado sobre o trono, havia um livro escrito por dentro e por fora. Mas o livro estava lacrado com sete selos.
Segundo a jurisdição romana, apenas alguém com méritos militares elevadíssimos eram dignos de abrir documentos lacrados com sete selos. A visão de João dizia que ninguém no céu ou na terra, nem embaixo dela fora achado digno de abrir o livro e de desatar os seus selos.
Ao ver que o livro não poderia ser aberto, João diz ter chorado muito, afinal de nada serve um livro tão importante, mas que não pode ser lido. A história de salvação da humanidade, o direito do homem se reconciliar com Deus, o livramento do inferno e da morte eterna estavam lá naquele livro. A história daquele livro era o juízo contra o pecado e a redenção das nossas vidas.
Mas se ninguém tinha dignidade para abrir, de que adiantaria esta linda história existir? De que valeria os propósitos de Deus em nos reconciliar consigo mesmo se ninguém levaria o plano a cabo?
Um ancião disse em alta voz: “Não chores. Eis aqui o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus selos!” Do meio da sala, entre o trono e os anciãos, surge um Cordeiro, como havendo sido morto e revivido, tomou o livro das mãos do que estava assentado sobre o trono. E os quatro animais cantavam: “Digno és, Senhor, porque com o Teu sangue compraste para Deus os que vêm de todo povo, tribo, língua e nação. E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes!”.
Ainda hoje ecoa em nossos corações o som da adoração que aconteceu naquele momento na presença de Deus, e uma sensação de liberdade nos conduz a adorá-lo, ao que está assentado no trono e ao Cordeiro damos toda a glória, e tudo o que há em nós reconhece que não há prazer maior do que ter o nome escrito naquele livro que foi aberto pelo Cordeiro.
Quando nos deparamos com a perseguição que recai sobre os crentes, brota em nosso peito a consolação do Espírito Santo que nos diz no coração: “Eu te farei um novo ‘João’, e lhe mostrarei grandes coisas; sobe aqui!”.
Por mais que a tribulação pareça ser grande, a Palavra nos garante que o Senhor nos faz andar em lugares altos, acima dos problemas e das tribulações. Mesmo quando o sofrimento nos confina em meio ao desespero, há um Amigo que nos surpreende a cada dia, em cada situação, nos fazendo crescer sempre mais na graça e no conhecimento do Filho de Deus.
A Ele a glória para sempre! Amém.

Marcelo Reis.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Salvem Nossos Cultos


Você já parou para se perguntar o que está faltando em nossos cultos para acontecerem mais milagres, conversões ou derramamento do Espírito Santo? Por que será que há alguns anos quase todos os dias alguém era batizado com o Espírito Santo e hoje acontece tão raramente?


         Os testemunhos de cura tornaram-se escassos, e quando não, são testemunhos imbuídos de emoção, ou pequenas curas, coisas que mais cedo ou mais tarde passariam mesmo sem o uso de um único comprimido.
         Hoje, infelizmente, quem tem mais milagres pra contar são os usuários das “capas de Elias”, dos “sopros do Espírito”, dos “lenços ungidos”, dos “paletós de profetas” e pessoas do tipo.
         O que está faltando em nossas igrejas? Louvor? – Com certeza não, afinal há igrejas que tem tanto louvor que quase não tem palavra.
         Cruzadas de Milagres? – Também não, o que não falta é pop star ungido fazendo cruzadas de milagres por aí.
         Oração? – Como oração, se tem crente indo pro monte orar toda noite até ver o mato pegar fogo?
         Então está faltando é contribuição! O povo tem que deixar de ser avarento e pôr dinheiro na salva! – Também não é! Nunca foram vistos tantos cifrões nos cofres da gospelândia como nas últimas décadas. Embora tem muita gente apegada ao dinheiro, tem muito crente abrindo a mão pra obra.
         Pedro e João estavam entrando no templo, quando foram interpelados por um paralítico pedindo esmola. A primeira atitude de um deles foi dizer: “Olha para nós”. Em segundo, disse: “Não temos ouro nem prata”. E finalmente: “Mas o que temos te damos: em nome de Jesus, levanta e anda!”. O que falta em nossos cultos é dignidade para que o mundo olhe para nós, pois não estamos tão distantes de suas práticas egoístas. Falta humildade para confessar que não temos ouro nem prata, em vez de declarar que já possuímos aquilo que não é nosso. E falta autoridade para usar o nome de Jesus, falta ter o “levanta e anda!”.
         Hoje, estamos muito ocupados, preocupados em falar língua estranha, em adornar as paredes do templo, em nos sentar em bons assentos, em possuir um bom condicionador de ar, mas estamos nos esquecendo de reparar o altar e pôr nele a lenha pra queimar!
         Vamos continuar a cuidar do visível, mas vamos dar prioridade ao invisível, ao insondável e incorruptível. A Deus seja a glória. Vamos descer à casa do Oleiro para que Ele molde o vaso segundo o Seu querer.
         Isso nos trará de volta a essência do culto cristão: a consciência do pecado, a conversão e a visão da soberania de Deus.

         No grato amor do Senhor,
         Marcelo Reis.

domingo, 7 de novembro de 2010

O Dízimo e o Cristão

Embora o dízimo seja uma prática comum em nossas igrejas, poucos ensinamentos causam tanta polêmica como este que irei abordar.
O cristão está obrigado a dizimar ou não? Antes de obter a resposta para esta pergunta, é necessário entender a abrangência do dízimo no tempo, bem como as formas de aplicação dadas a ele ao longo da história.

Antes da Lei


Abraão voltava de uma batalha, onde resgatara seu sobrinho Ló. Ao seu encontro vinha Melquisedeque, sacerdote do Senhor, trazendo pão e vinho para garantir a sobrevivência do homem de Deus. O escritor de Hebreus diz que Abraão ainda nem havia nascido quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro, deixando claro que este evento era um projeto de Deus, a fim de dar a Abraão a provisão e a bênção num tempo que ainda estava por vir. Reconhecendo a provisão de Deus na pessoa de Melquisedeque, Abraão entregou-lhe os dízimos de tudo (do que havia conquistado dos reis na guerra), demonstrando gratidão ao Senhor. (cf. Gn 14:18-20; Hb 7:1-10)
Anos depois deste evento, seu neto Jacó viajava de Berseba a Harã. Ao anoitecer, parou num lugar para dormir, usou uma pedra como travesseiro e adormeceu. Em sonhos, viu uma escada que tocava da terra ao céu, e no topo estava Deus. Do alto o Senhor lhe disse que o abençoaria e lhe daria uma grande nação como descendência, e renovou com Jacó as promessas feitas a Abraão. Acordando do sono, Jacó reconheceu aquele lugar como casa de Deus e fez ali um voto dizendo: “Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus, E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.(Gn 28:10-22)
No primeiro caso, Abraão reconhece em Deus a provisão que lhe manteve vivo e dá-lhe graças através do dízimo; e no segundo caso, ao perceber que as bênçãos do Senhor estavam sobre si, Jacó fez com Deus um propósito de dar-lhe os dízimos de tudo o que das Poderosas Mãos viesse a receber.

Na Lei de Moisés


Os filhos de Jacó fizeram o que era mau aos olhos do Senhor. Venderam como escravo aos estrangeiros seu irmão José, o mais querido de Jacó,  e disseram a seu pai que um animal o havia matado. Mas Deus, que conhece os corações, deu a José um lugar de respeito e o tornou governador do Egito. Enquanto José governava o Egito, a fome assolou as outras nações. Sua família foi ao Egito procurar mantimento e o encontraram lá como governador. Faraó permitiu que Jacó e os irmãos de José levassem sua família para viver no Egito, escapando assim da fome que os castigava em Canaã.
Muitos anos se passaram, os israelitas se tornaram um povo numeroso, José morreu e também o Faraó, e levantou-se um outro Faraó que não conhecia José e não via Israel com bons olhos. Este novo Faraó escravizou Israel, e esta escravidão durou aproximadamente quatrocentos anos, durante os reinados de outros faraós.
Mas a promessa de Deus para a descendência de Abraão era prosperidade, e não escravidão. O Senhor se serviu de Moisés para tirar Israel do Egito, e durante os quarenta anos que peregrinaram rumo à terra que Deus havia prometido, foram instruídos em como proceder na partilha das bênçãos daquela terra.
Das doze tribos descendentes de Jacó (Israel), onze partilhariam as terras entre si. A tribo de Levi fora eleita por Deus para Lhe servir no tabernáculo, e sua herança seria a décima parte de tudo quanto fosse produzido nas onze terras distribuídas, bem como da carne dos animais que nelas fossem criados. Esta era a herança dos levitas: os dízimos e as ofertas de seus compatriotas (Js 13:14).
Partindo daí, não fica difícil compreender a repreensão de Deus através de Malaquias, ao acusar os israelitas infiéis nos dízimos e ofertas alçadas de roubarem ao Senhor. Ao não entregar o dízimo para o sustento sacerdotal, o israelita estava cooperando contra o cumprimento da promessa de Deus feita à tribo de Levi, de viver da décima parte dos rendimentos anuais da terra de Canaã.
Na Lei de Moisés, o dízimo ganha caráter obrigatório, diferente do período patriarcal, quando era praticado por reconhecimento e grata voluntariedade.

No Cristianismo


É importante ressaltar que como imposição da Lei, só era permitido que sacerdotes levitas recebessem os dízimos. Provavelmente seja este o motivo de nenhum dos apóstolos ensinarem ou exigirem dos crentes os direitos sobre os dízimos. Jesus, em um único evento (e sob a Lei) comenta sobre a prática do dízimo por parte dos judeus (Mt 23:23 paralelo com Lc 11:42).
Nem Jesus, nem qualquer apóstolo faziam parte da tribo de Levi, o que não os qualificava segundo a Lei como receptores dos dízimos. Paulo ensina por vezes em suas epístolas sobre a contribuição cristã como ato de amor e voluntariedade.
Um fato importante a ser observado é que os judeus convertidos a Cristo não foram instantaneamente isentos do dízimo judaico por ainda fazerem parte da nação de Israel e, como israelitas que eram, deveriam manter-se firmes nos propósitos de Deus para com a nação. Somente em 70 d.C. com a queda de Jerusalém, quando o templo foi destruído por Nero, é que os judeus (tanto judeus cristãos como ortodoxos) deixaram de entregar os dízimos, pois sem o templo cessou o trabalho levítico-sacerdotal. Com o fim do sacerdócio, os judeus deixaram também de oferecer holocaustos, e vivem até os dias atuais sob a liderança dos rabinos.
Aos cristãos não-palestinos o dízimo jamais fora ensinado pelos apóstolos. Nenhuma pessoa que vivia fora das terras partilhadas pelas tribos era responsável por sustentar a tribo de Levi, pois não desfrutavam a herança entre a descendência de Jacó.
Portanto, aplicar Malaquias 3:8-12 à Igreja como obrigatoriedade é, no mínimo, deturpar o texto sagrado, torcê-lo para dizer o que não diz. O versículo 6 trata os interlocutores de Malaquias como “descendentes de Jacó”, ou “filhos de Jacó”, o que exclui os gentios.
Isto quer dizer que o cristão não deve ser dizimista? Não, não quer dizer isto. O que este artigo pretende levar a você, leitor, é o fato de que o dízimo pode sim ser adotado pela Igreja, mas como o foi antes da Lei: por gratidão e reconhecimento, sendo participante de bênçãos sem fim, pois Deus ama a quem dá com alegria (II Cor 9:8), mas não devemos fazer disto uma moeda de troca com Deus. Também não devemos ver o dízimo como ato salvífico, e o não dizimar não deve ser confundido com avareza, desde que o crente seja dado a ofertar de coração aberto.
A dívida que tínhamos com Deus foi paga por Jesus na cruz do Calvário, e toda cédula que nos era contrária foi por Ele cravada na cruz.
É triste ouvir pregadores respeitados aterrorizando igrejas sob a ameaça de que Deus (Deus?!) enviará o devorador a suas casas em caso de falha na contribuição mensal do dízimo. Entenda que nem mesmo no contexto de Ml 3:8-12 Deus está ameaçando os infiéis a lhes enviar o devorador (que se tratava de uma praga de gafanhotos que devorava lavouras, não de um demônio), o que Deus faz neste contexto é prometer aos fiéis, que por amor a eles e à sua fidelidade o devorador será repreendido. Percebe-se uma diferença colossal entre enviar uma praga por causa da infidelidade e repreendê-la por amor à fidelidade.
O objetivo deste artigo não é levantar ainda mais questões além das que já existem sobre o dízimo, tampouco quero questionar a idoneidade das denominações que aplicam o dízimo como contribuição sistemática (aliás, eu mesmo sou dizimista), o que desejo realmente através deste artigo é que nada, absolutamente nada, ponha preço à salvação conquistada e outorgada de graça por Deus, através da fé em Seu Amado Filho, Jesus Cristo – o nosso Senhor.

A Graça do Senhor Jesus seja com todos!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cuidado: Illuminati!


“E eu, irmãos, apliquei estas coisas por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito (...­­).– I Cor 4:6

         Você já deve ter se deparado com diversos tipos de escatologia. As linhas escatológicas que já eram conhecidas como milenistas e amilenistas têm agora mais uma parceira: a escatologia aterrorizante.
         Um pregador (?!) conhecido como Irmão Rubens tem distribuído inúmeros DVD’s produzidos por ele mesmo, disponibilizados na rede e divulgados de forma massiva a fim de alcançar o maior número possível de expectadores para “informá-los” a respeito de “verdades ocultas”, que – graças a ele, é claro – acabam de ser reveladas aos pobre mortais – nós, crentes.
         As tais verdades ocultas consistem num apanhado de informações fora do devido contexto, apresentadas aleatoriamente visando afirmar que o mundo é regido por um grupo de treze famílias (as mais poderosas do planeta) que manipulam os governos, a mídia e a vida das pessoas comuns, traçando no mundo o perfil necessário para a chegada do anticristo.
         Conforme apresentado nos vídeos, este grupo formado pelas treze famílias, compõe uma sociedade secreta chamada Illuminati, que em latim significa “Iluminados”. Os Illuminati seriam compostos por importantes membros da maçonaria e de outras sociedades secretas, pessoas importantes como os Bush, Barack Obama, os Rothschild, Rockefeller etc.
         É bem verdade que a Bíblia afirma que nos tempos do fim o anticristo se revelará e reinos inteiros se darão a seu trabalho, para estabelecer seu poder. Mas aos olhos do Irmão Rubens todas as grandes empresas multinacionais, a mídia, a ONU e tantos outros órgãos mundiais já estão inclusive promovendo um genocídio em escala mundial para reduzir a população em 90% de seu contingente atual.
         Segundo propõem os vídeos há dezenas de milhares de “caixões” da FEMA na Geórgia preparados para receber corpos de vítimas do tal genocídio (que na verdade são contêineres preparados para receber material radioativo e/ou corpos de vítimas de tragédias, como as que há freqüentemente nos EUA), além dos ônibus de evacuação em massa. Há também o Mondex (ou biochip) que, para Rubens, é a marca da besta.

         O que quero questionar aqui não é a veracidade da chegada do anticristo ou o envolvimento dos governos e dos meios de comunicação com a vinda dele. Não pretendo também esconder o fato de que a Nova Ordem Mundial deverá ser estabelecida para que se cumpra as Escrituras. Sabemos que o anticristo reinará, e que haverá tempos difíceis sobre a terra como nunca houve antes. Nosso real problema aqui é o desvio do foco escatológico, que são a volta de Jesus e o gozo da Igreja. Quando o anticristo reinar, não estaremos mais aqui para sermos enganados pelo homem do pecado, pois o Senhor já terá vindo arrebatar a Sua Igreja.
         Não podemos deixar de anunciar a volta de Jesus por outros meios que não seja a salvação e a Palavra de Deus. O que nosso irmão em lide está fazendo é exatamente o contrário: pregar o arrependimento através do medo e do terrorismo escatológico.
         Ademais, vale questionar se é digno de credibilidade dos crentes o ensinamento de um homem que não reconhece a Bíblia como Palavra de Deus.  Uma busca rápida pelo YouTube mostrará os vídeos onde ele nega categoricamente a Bíblia como infalível ou como Palavra de Deus. Ele, inclusive diz que a Bíblia mente.
         Queridos, vamos nos firmar nas Escrituras, pois são elas quem testemunham sobre o nosso Deus, e tenhamos o cuidado de não irmos além do que está escrito.

         Em Cristo Jesus, Graça e Paz!
         Marcelo Reis.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Bom Alicerce

Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica (...) É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.” (Lucas 6:47,48)

As pessoas comuns, quando vêem alguém embaraçado por algo errado que cometeu, ou envergonhado por um erro escondido há algum tempo, costumam usar um ditado que me chama a atenção: “A casa caiu!”.
Embora muitos crentes acreditem que o alicerce de nossa “casa espiritual” é Jesus, vemos constantemente casas caindo, casamentos arruinados, vidas financeiras fracassadas e, em conseqüência disto, muitos crentes estão se desviando da fé.
Aparentemente, o problema é a falta de Jesus, ou de alicerçar a vida em Jesus. Mas observando a vida de pessoas que não têm Jesus, percebemos que o problema não é só “ter Jesus”. Observe:

1) Alguns casais que não têm Jesus, ficam casados por décadas e criam seus filhos felizes, enquanto alguns crentes não ficam casados dois meses.

2) Muitas pessoas que não têm Jesus vivem tranqüilamente suas vidas comprando e pagando o que compraram, porém há crentes que compram e não são muito dados a pagar o que devem.

3) Em muitas famílias comuns os filhos respeitam os pais e cumprem seus deveres, enquanto nossas igrejas estão cheias de problemas familiares e jovens irresponsáveis que não se submetem aos pais.

4) Conheço profissionais bem sucedidos que nunca levantaram suas mãos para adorar a Deus, e conheço crentes que não perdem um culto e são uns verdadeiros fracassos.

Como você pode perceber, o problema não está em “ter” ou “não ter” Jesus. A verdade é que Jesus nunca ensinou ninguém a “construir casas” sobre Jesus. O que acontece é que somos levados a pensar que a rocha na qual devemos fundar nossas “casas” é o próprio Jesus. Se você está sossegado, pensando que o fato de estar em Jesus livrará sua casa da queda, lamento informar, mas SUA CASA VAI CAIR.
Jesus disse: “Aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras E AS PRATICA, será como o homem que, edificando a sua casa, cavou profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha”.
A rocha, neste contexto, não é Jesus, mas as palavras de Jesus. Não adianta ser crente, ouvir a Palavra todas as noites, fazer parte do louvor, ou mesmo ser um pregador, e não praticar as palavras de Jesus.
Nosso insucesso, na maioria das vezes, não é falta de oração ou de consagração, é falta de agir conforme a Bíblia nos ensina.
        
a) A Bíblia diz que pela muita preguiça desaba o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa. (Ec 10:18). Quando vemos um incrédulo se esforçando para conquistar seus bens e sendo firme nos propósitos, ele está inconscientemente cumprindo o que Jesus ensinou. Já o crente preguiçoso verá sua casa cair, porque tem a receita nas mãos e não pratica as palavras de Jesus.

b) A Bíblia ensina os maridos a serem gentis para com as esposas, sob pena de suas orações não serem ouvidas por Deus (I Pe 3:7). O marido incrédulo que dá à esposa honra como manda a Bíblia, está firmando sua casa na rocha, enquanto o tolo maridão crente governa sua casa como quer, e acaba frustrando sua fé, pois suas orações são impedidas diante de Deus.

c) A Bíblia nos permite até estarmos irados, mas recomenda que não deixemos que o sol se ponha sobe a nossa ira (Ef 4:26). O homem comum dotado de humildade e que não guarda em si raízes de amargura vive mais e melhor do que o crente que nem participa da Ceia do Senhor por causa do orgulho que não lhe permite perdoar a falta de um irmão.

d) A Bíblia orienta às esposas a se submeterem a seus maridos, sujeitando-se a eles, mesmo quando estes não são crentes (Ef 5:22; Cl 3:18; I Pe 3:1). A mulher descrente que honra a seu marido é mais feliz do que a crente que está sempre em pé de guerra, porque ô coisa ruim é cair na mão de uma mulher rixosa! (Pv 21:9, 19).

Pelo que vimos, fundar a casa sobre a rocha não é simplesmente estar em Cristo. Claro que ao estarmos em Cristo, temos uma salvação proposta, um galardão a receber e a certeza de que para os que estão em Cristo Jesus nenhuma condenação há. Mas ser salvo é uma coisa absolutamente diferente de ter a casa de pé, em paz.
Quando não praticamos as palavras de Jesus somos salvos, mas a vida está de ponta-cabeça, cantamos na igreja, mas o casamento está um inferno, damos dízimos e ofertas, mas a prosperidade não encontra o endereço da nossa casa.
Vamos então, edificar a casa sobre a rocha, seguindo os sábios conselhos de Jesus.
Que a Paz de Deus, que excede todo o entendimento seja conosco!
Marcelo Reis.

domingo, 24 de outubro de 2010

A Arca e a Nova Aliança




Estive observando a beleza que existe na semelhança entre a Arca da Aliança e a Nova Aliança feita entre Deus e o Seu povo. No Êxodo, quando o Senhor tirou Israel do Egito, propôs a Moisés a confecção de alguns utensílios de culto que seriam empregados no Tabernáculo na adoração a Deus. Segundo a tipologia*, os utensílios do Tabernáculo representavam a obra salvadora de Cristo na Nova Aliança. Cada utensílio tem a sua função no culto, bem como sua representação para a Nova Aliança.
         Destes utensílios, o que mais me chama a atenção é a Arca. Deus pediu a Moisés que se fizessem uma arca (Ex 25:10ss) de madeira de acácia, e a revestissem de ouro puro por dentro e por fora. Sobre a arca deveria ser feita uma coroa de ouro ao seu redor, e uma tampa chamada de propiciatório onde seria oferecido o holocausto pelos pecados do povo, sobre ela dois querubins de ouro com seus rostos voltados para baixo e suas asas estendidas cobrindo o propiciatório. Dentro da Arca foram colocadas as pedras da Lei, que Moisés havia recebido (o Testemunho), a vara de Arão que floresceu no deserto e o maná (Hb 9:4)
         Comparada ao que Deus faz hoje ao tirar o homem pecador do “Egito” que é o mundo, a confecção da Arca simbolizando a Aliança entre Deus e o homem é feita todos os dias em um novo pecador. Veja a comparação:

1) A Arca foi feita de madeira, que nasce da terra e, quando se separa dela logo se acaba se não for preservada. Assim também o homem feito da terra, nascido no mundo em pecados, quando é separado da terra (o mundo) precisa ser revestido da presença de Deus para que não pereça.

2) Ao se revestir a Arca com ouro puro, o que era simplesmente madeira deixa de parecer madeira e toma a aparência de puro ouro, aumentando muitíssimo seu valor. O mesmo acontece com o homem pecador quando é escolhido por Deus para ser Seu. Ao ser revestido pelo Espírito Santo, o que tinha aparência de pecado assume a aparência de santidade, e assim como a Arca de madeira, tem seu valor multiplicado infinitas vezes.

3) Os querubins postos sobre a Arca simbolizavam a presença de Deus que descia sobre a Arca quando era oferecido o holocausto, dali o Senhor falava com o sacerdote e lhe respondia. Sobre a vida do homem transformado, do pecado à santidade, está a shekinah de Deus, a fumaça da Sua presença que lhe responde e lhe consola.

4) Dentro da Arca estavam as pedras da Lei (a Aliança), a vara de Arão que floresceu no deserto (o sinal do poder de Deus), e o vaso de ouro que continha amostra do maná que Deus mandou no deserto (o sinal da provisão de Deus). Dentro de cada homem que está em Cristo, em seu coração estão a Aliança feita com Deus por intermédio da fé em Jesus, os frutos do Espírito que floresceram numa terra seca e pecaminosa, e a certeza da provisão de Deus para tempos difíceis.

         Esta comparação nos traz a compreensão de que estamos nos propósitos de Deus há tanto tempo, que somos parte de Sua própria história, de forma que o nosso bem é o Seu prazer, e é por isso que Ele nos dá a Seu tempo a provisão e reafirma todos os dias o amor que nutre por cada um de nós.
        
         Que a nossa vida seja segundo a regeneração da Palavra de Deus. Paz e Graça, da parte do Senhor Jesus!
         Marcelo Reis.

*Tipologia, estudo relacionado aos tipos e antítipos bíblicos, figuras veteroterstamentárias que apontam ou prefiguram seu correspondente no Novo Testamento, ou Nova Aliança 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Sacrificio de Um Pai Amoroso




Às vezes permitimos que o novelo da vida nos enrole e deixamos de valorizar o tamanho do sacrifício que Deus precisou fazer para nos livrar da morte através do sangue de Seu Filho. Este vídeo mostra uma paráfrase da escolha feita por Deus ao entregar seu Filho Unigênito para que nós pudéssemos viver.

O Nosso Tempo e o Tempo de Deus

Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. – 2Pe 3:8

         Para quem espera alguma atitude da parte de Deus pode não ser confortável esta consideração feita por Pedro no versículo acima, mas a grande verdade é que Deus age sempre certo, na hora certa, e em quem está no lugar certo.
         Quem nunca teve a impressão de que a “hora de Deus” parecia não chegar mais, ou ter a sensação de que o Senhor havia se esquecido de cumprir seus compromissos? Por tantas vezes pensamos que o Senhor tarda, mas ainda não é chegada a Sua hora.
         A hora de Deus e Seu momento oportuno não se submetem ao relógio que conhecemos, e Seus dias são incontáveis. Enquanto nosso tempo é regido por relógios e calendários, o tempo de Deus vai além.
         As coisas que esperamos acontecer, geralmente são organizadas cronologicamente em nossas expectativas. Nosso tempo é o tempo chronos (χρόνος, que dá origem a cronologia) e o tempo de Deus é o kayrós (Καιρός, que é um tempo independente de dias e horas).
         Aos oitenta anos, o tempo (chronos) para Sara dar à luz um filho havia passado, mas Deus tinha uma promessa a ser cumprida ao seu tempo (kayrós) na vida de Abraão e Sara. Ela concebeu e gerou a Isaque.
         Moisés guiou Israel sob a autoridade de Deus durante quarenta anos no deserto e não entrou na terra prometida. Havia no coração de Moisés um desejo colocado por Deus de entrar na terra, mas quando chegou o tempo (chronos) esperado por Moisés, ele apenas viu a terra e não entrou. Aproximadamente mil e quinhentos anos depois, na transfiguração de Jesus no Monte Tabor, lá estavam Moisés e Elias ao lado do Senhor em Sião, a terra prometida. Passaram-se muitos anos, mas aquele era o tempo (kayrós) de Deus para Moisés entrar na terra prometida. Muito provavelmente seria agradável para Deus permitir que Moisés entrasse em Canaã, mas Moisés mostrou despreparo para isso quando feriu com raiva a pedra que representava Cristo no deserto.
         Muitas vezes o tempo de Deus é próximo, mas nos distanciamos dele quando nos mostramos despreparados. Às vezes o Senhor tem tudo preparado, mas nossa meninice nos afasta da bênção que estava tão perto. Assim é frustrado nosso “chronos”, e o “kayrós” de Deus mantém-se reservado para a hora certa, quando estivermos no lugar certo.
         Deus não tem pressa, para Ele mil anos são como o dia de ontem que passou... e você, tem todo esse tempo? Se não, ponha-se em posição. Esteja no centro da vontade de Deus, assim as bênçãos do Senhor o alcançarão e você viverá melhor seu tempo.
         Graça e Paz, em Cristo Jesus, o Senhor.
         Marcelo Reis.