Outro dia eu estava me preparando para sair de casa e, enquanto me trocava, liguei a TV num canal onde estava sendo transmitida uma cruzada de milagres do “apóstolo” Valdemiro Santiago.
Uma coisa que ouvi em sua pregação me deixou intrigado; diante de uma imensa multidão, ele arrogando-se digno de declarar milagres para seus expectadores, começou a dizer: “Se a Palavra de Deus na minha boca é verdade, o Senhor vai começar a fazer milagres aqui agora. (...) Pregar a Palavra de Deus é uma coisa, mas para ela ser fiel, precisa ter condições para tal, e isso é uma outra coisa. Eu tenho condições.” Mas o que é isso?! Queridos, a Palavra de Deus é verdade, pronto e acabou! A Escritura não se submete à qualidade do mensageiro para ser verdade, aliás, isso a tornaria a mais indigna das mensagens, visto que não há homem sem pecado neste mundo vil, que seja digno de anunciá-la. A grande diferença entre uma verdadeira e uma falsa mensagem do Evangelho está na coerência com a Bíblia. Se seu Evangelho é o das Escrituras, amém, seu Evangelho é verdade, caso contrário é mentira. Simples assim.
Agora vamos analisar se essa palavra (com “p” minúsculo mesmo) que ele prega, é a genuína Palavra de Deus.
No meio da multidão, uma senhora recebe o microfone da mão de um obreiro e começa a dizer que há muitos anos sofria de uma certa enfermidade. O “apóstolo” com seu jeitão simplório proposital começa a dizer: “Minha senhora, a senhora sabia que Deus amou tanto você, que enviou o Seu único filho, Jesus Cristo, para morrer em seu lugar, carregar todas as suas enfermidades, sofrer toda a sua dor, SÓ PARA A SENHORA SER CURADA hoje?”. Eu assisti ao programa até o final, para verificar se em algum momento ele falaria em salvação, o que não aconteceu. É este o evangelho pregado por este senhor, meus irmãos. É este o foco da obra salvadora e substitutiva que Cristo realizou? Foi simplesmente para nos curar que Cristo morreu? Absolutamente não! O foco é na salvação.
Inegavelmente, Jesus cura. É fato indiscutível, mas não é o foco – é uma conseqüência. Enquanto for anunciado o evangelho da troca, o evangelho da cura e da restituição, veremos nossas igrejas inchadas, cheias de pessoas vazias, pois não há foco na salvação, não há frutos do Espírito, e faremos o quê? Seremos bons “bereanos”, analisaremos nas Escrituras e denunciaremos os ventos de doutrina até que Jesus venha nos buscar.
Em Cristo Jesus, Graça e Paz do Senhor.
Marcelo Reis.
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