O século XXI tem se mostrado a era do cristianismo mercadológico. Tem evangelho ao gosto do freguês; se você não gostar do que tem aprendido em sua igreja, basta atravessar a rua ou virar a esquina que tem uma igreja nova, com uma doutrina diferente e fresquinha esperando por você.
Grandes pregadores (grandes?!) confabularam atos proféticos, frases “poderosas”, determinismos, e um tal de “eu não aceito”, e com isso tem arrastado multidões para as veredas da barganha. Digo barganha porque este é o nome mais adequado para o que estão fazendo diante do Deus Eterno e imutável.
Fizeram da Bíblia Sagrada uma fonte de presságios, onde palavras de auto-ajuda são para os bons (leia-se mãos abertas) e as maldições são para os avarentos.
Neste novo “evangelho”, você não precisa mais passar por privações financeiras, basta “amarrar” (e depois de amarrar fazer sei lá o quê). Não é mais necessário esperar o tempo de Deus chegar, é só determinar a bênção que ela vem. Criaram um monte de frases “tremendas”, e apregoaram na mente dos crentes que “as nossas palavras têm poder” (uhulll, Jeová que se cuide!).
Este evangelho, sem nenhuma dúvida, está enquadrado entre aqueles que Paulo advertiu: “Há alguns que vos inquietam e querem perverter o evangelho de Cristo. Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja amaldiçoado.” (Gl 1:7,8)
Irmãos, todos nós sabemos que o Senhor é grande e poderoso para fazer todo o bem que Lhe apraz, assim como sabemos que há tempo para todas as coisas, inclusive para sorrir e para chorar (Ec 3:4). Há tempos em que o Senhor nos alegra e tempos em que Ele nos aflige. O verdadeiro cristão está à mercê de Deus, para que se execute nele a vontade do Pai.
O autor do salmo 119 considera bom ter sido afligido por Deus: “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” (Sl 119:71)
De igual modo, Paulo nos dá exemplo do evangelho que vivia: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.” Filipenses 4:12.
Por que o novo “evangelho da barganha” consegue levar tanta gente após si em suas campanhas regadas a muita oferta e tantas promessas? Vamos levantar um clamor, e fazer ouvir a nossa voz em oração, para que o Brasil retorne à simplicidade do Evangelho Cristocêntrico.
De nada adianta declarar que o Brasil é do Senhor Jesus, enquanto prega-se por aqui o Evangelho de Mamom, o deus das riquezas.
Oremos, e cuidemos de amar o Senhor acima de tudo, acima de nós.
Paz e bem, em Cristo Jesus.
Marcelo Reis.
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