sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Devolvendo a Autoridade

"O maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve." Lc 22:26b

A Bíblia ensina que para alguém ser grande no Reino dos Céus é necessário se considerar pequeno nesta vida, e quem quiser ser o maior deve servir a todos. O sábio Salomão dizia que "diante da honra vai a humildade" (Pv 18:12b). Lidar com a natureza humana e conciliá-la com a vida cristã é uma tarefa difícil, pois enquanto homens queremos reconhecimento e respeito de todos, mesmo quando devemos isto a Deus, de quem procede toda a autoridade (Rm 13:1).
Queremos que as pessoas vejam a autoridade de Deus que há em nós, e isto é bom, mas nossa natureza nos leva a esperar que as pessoas nos admirem por isto em vez de remeter a honra e a glória Àquele que nos conferiu autoridade.
Nos preocupamos tanto em não desagradar a maioria, que às vezes deixamos de defender verdades bíblicas para que não sejamos vistos com maus olhos. Tudo pelo medo de perder a autoridade, como se a tivéssemos de nós mesmos.
Quem tem autoridade dada por Deus não precisa reivindicá-la, nem precisa ter medo de perdê-la. Quando o Senhor chama alguém para um determinado propósito e lhe confere autoridade, pode até haver oposição, mas o próprio Deus se encarrega de levar a cabo os Seus projetos.
O livro de Números registra uma história que chama nossa atenção ao zelo do Senhor pela autoridade que ele confere. Trata-se da história da rebelião de Coré.
O Senhor escolhera Moisés e Arão como príncipes da congregação. Competia aos descendentes de Arão exercer o sacerdócio no santuário. A administração e o ministério do tabernáculo foram conferidos às outras famílias de levitas que estariam sujeitas à autoridade de Arão e Moisés.
Coré, que também era descendente de Levi, provocou uma revolta para dar fim à autoridade de Arão e de Moisés, mas o Senhor se indignou contra eles e contra os que se juntaram a eles, fazendo que a terra se abrisse e tragasse duzentos e cinquenta homens que se dispuseram a oferecer incenso no lugar da família de Arão. Israel levantou-se contra eles por isto também, acusando-os de haver matado o povo do Senhor.
Por causa da murmuração contra Arão e Moisés, o Senhor enviou uma praga que matou mais quatorze mil e setecentos homens.
Para acabar com a disputa e com a murmuração, o Senhor propôs aos filhos de Israel que cada líder de cada tribo levasse a Moisés uma vara com seu nome escrito para lhe representar e para ser levada à tenda da congregação, diante da arca do Senhor. Ali o Senhor se manifestaria e faria a vara de um deles florescer, confirmando o ministério daquele a quem Ele teria escolhido.
No outro dia, voltaram os filhos de Israel, e Moisés entrou no santuário para buscar as varas. A vara de Arão não havia apenas florescido, mas havia florescido, brotado e dado amêndoas. Cada líder recebeu de volta sua vara, mas a vara de Arão voltou para diante da arca do Senhor, onde continuamente florescia, brotava e dava amêndoas.
Quando a Bíblia nos fala destas varas, ela nos fala de autoridade. Ao fazer a vara de Arão florescer Deus estava legitimando diante de Israel a Sua aprovação sobre a vida e sobre o ministério deste homem, além de confirmar diante de todos que autoridade de Arão vinha de Deus. Não é necessário tentarmos provar aos outros que nossa autoridade vem do Senhor, pois Ele mesmo faz isto por nós.
Quando a vara florescida volta pra diante da arca, Arão está devolvendo ao Senhor a autoridade que lhe foi concedida. Arão está reconhecendo que se sua autoridade não estiver diante do Senhor, suas flores murcharão, seus frutos se acabarão e toda a beleza desaparecerá.
O exemplo de Arão deve ser trazido para nossas vidas. Quantas vezes perdemos a autoridade no ministério ou na família por deixar de colocá-la diante da presença de Deus! Quando entregamos a Deus a autoridade que nos foi dada, estamos a fortalecendo, pois toda a autoridade vem d'Ele.
É necessário ter conciência de que se há em nós alguma autoridade é para que esta seja usada para engrandecimento do nome d'Aquele que tem todo o poder.
Se quisermos subir, teremos que descer. Se quisermos ser grandes, devemos servir a todos. Para sermos ainda maiores, devemos ser os menores, pois importa que o homem diminua para que Cristo seja engrandecido em nós, até que cada um de nós diga: "Não mais eu, mas Cristo vive em mim!"

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