quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Pecado Para a Morte

Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”. I João 5:16
Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada”. Mateus 12:31 

O pecado é a parede que faz separação entre o homem e Deus (Is 59:2; Hb 12:14). Na intenção de se aproximar do homem e de nos reconciliar consigo mesmo, Deus enviou Seu único Filho, a fim de remover os nossos pecados (Jo 1:29) e conceder vida eterna a todo aquele que crê (Jo 3:16). Através da fé em Jesus o cristão tem acesso à presença de Deus, do qual foi feito filho por adoção.
            O amor de Deus por alguém que o confessa e a Jesus como Senhor de sua vida é tão grande que qualquer tipo de explicação seria inútil em retratar sua dimensão. Nenhum outro ser poderia entregar um filho por uma pessoa indigna como fez o Senhor. A dor que o próprio Deus sentiu ao ver Seu único Filho agonizando por um pecado que nem era seu supera toda e qualquer atitude que possa demonstrar amor.
            É deste Deus que estamos falando. É a esta salvação que nos referimos. Salvação levada a cabo por um Deus que conhece a fraqueza humana e que se compadece dela. Seria este o mesmo Deus que sentiria prazer em lançar um pecador arrependido no castigo eterno?  Que pecado levaria Deus, que é infinito em amor, a ser incapaz de perdoar?
            Há um vento de doutrina, como muitos outros, que aponta diversos tipos de pecados como sendo o “pecado para a morte”. Muitas vezes, entre os grupos que afirmam isto, a ênfase do pecado para a morte é dada no ato do adultério. Dizem eles que a pessoa uma vez convertida, se cometer o adultério estará lançando sua alma no inferno, pisando o sangue de Jesus, e será muito tarde para se arrepender. É bem verdade que os que viverem em pecado e assim forem achados, não herdarão o reino dos céus, mas o adultério não é o único pecado que exclui o homem da glória de Deus (cf Gl 5:19-21; I Cor 6:9,10).
            Concordar com o pensamento exposto acima é, no mínimo, heresia contra o sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado (I Jo 1:7), além de impedir pessoas de alcançarem a misericórdia do Senhor através dum verdadeiro e puro arrependimento.
            Então, há pecado que não possa ser perdoado? Sim, qualquer pecado, do qual o pecador não se arrepender, não será perdoado. É exatamente o caso do único pecado para a morte: a blasfêmia contra o Espírito Santo.
            Alguns crentes têm medo de haverem cometido o pecado contra o Espírito Santo, mas o próprio medo destas pessoas por si só já é a evidência de que as tais não cometeram este pecado.
            A blasfêmia contra o Espírito Santo não pode ser cometida por alguém que tenha medo de perder sua salvação. Ela consiste em atribuir conscientemente as obras do Espírito Santo ao iníquo, profanando a santidade do Espírito de Deus. Este pecado é cometido apenas por alguém que está tão longe do amor de Deus, e tão morto em sua fé, que o Espírito Santo não pode mais convencê-lo do pecado, por isso não se arrependerá dele.
            Portanto, se há arrependimento [sincero] no coração do pecador, é o Espírito Santo quem está causando. Se o Espírito Santo está em sua vida, onde Ele está há liberdade (II Cor 3:17), e há perdão de Deus para o seu pecado.

            Que esta tão maravilhosa graça do Senhor Jesus seja com todos!

domingo, 5 de dezembro de 2010

A Divindade de Jesus

É doutrina consagrada entre a maioria dos cristãos a divindade de Jesus Cristo. Infelizmente há também aqueles que lutam para diminuir a glória e a majestade d’Aquele que se esvaziou de Si mesmo e tornou-se homem a fim de pagar o preço da nossa reconciliação com Deus.
O perigo de interpretar textos isoladamente tem desviado a muitos quanto à ortodoxia da fé cristã. É este tipo de interpretação que provoca a falsa impressão de Jesus ser inferior ao Pai. Para uma boa compreensão sobre a teologia da divindade é necessário usar toda a Bíblia, com todas as suas referências sobre o assunto, para formar conceitos sobre a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Os pseudocristãos que diminuem (aliás, tentam diminuir) a grandeza da pessoa de Jesus apóiam-se em argumentos infundados que devem ser cuidadosamente analisados:

a) Há apenas um Deus. O monoteísmo judaico-cristão aponta para a existência de um único Deus, eterno e verdadeiro. Ao passo que Jeová (o Pai) se apresenta como o único Deus verdadeiro, afirmando que fora dele não há Deus (e.g. Dt 6:4; II Sm 22:32; Sl 18:31; Is 43:11; 44:6,8; 45:21; 45:5; Mc 12:32; Rm 16:27 entre outros), crer na existência de mais de um Deus constitui idolatria. Sob esta ótica é preciso muito cuidado para não tratar Jesus como Deus à parte do Pai como alguns fazem, e também não podemos fazer de Jesus um deus menor que o Pai, diferenciando-o em poder e, portanto, fazendo dele um outro Deus.

b) Jesus se dizia menor do que o Pai. Textos como Jo 10:29; 13:16; 14:28 causam a impressão de que Jesus exerce ainda hoje um ministério submisso ao Pai assim como exerceu na vida humana. Afirmações como a de João 14:28 (Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu.), quando analisadas isoladamente provocam no leitor uma falsa certeza de que Jesus está se proclamando menor do que o Pai. Todavia, ao ler paralelamente Lucas 22:27, não podemos crer que Jesus está também se colocando em posição inferior à dos apóstolos: “Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve”. Deve-se considerar, antes de tudo, que a vinda de Cristo à terra em condição humana implicou no abandono temporário de Sua condição anterior. Ao tornar-se carne, Jesus exerceria seu ministério como homem de carne, não como Deus. Sua condição humana o tornara menor do que os anjos, inclusive (Hb 2:7), e fazendo jus à missão, deu-nos o exemplo de humildade, considerando os outros em maior estima do que a Ele próprio. Consideradas estas coisas, passamos a observar o triunfo do Messias sobre o pecado e a morte, sendo recebido no céu dotado de todo o poder.
 

c) Deus nunca foi visto por alguém, como Jesus foi visto pelos homens. Interpretado a esmo, este versículo (I João 1:18) parece afirmar que como Deus nunca foi visto por alguém, Jesus não é Deus devido à sua manifestação física à humanidade da sua época na terra.  Há duas inverdades nesta interpretação. Em primeiro lugar o termo “nunca” está aplicado à geração dos ouvintes da pregação de João, haja vista a própria Bíblia narrar casos em que o próprio Deus se revelou a homens, como em Gn 12:7, 18:1; Ex 3:2ss; Is 6:1-13; Am 9:1. É preciso levar em conta o contexto e a cultura lingüística da época. Termos como "perpetuamente", "nunca", "jamais" e outros advérbios de tempo eram limitados à geração de quem se falava. Observe que o sábado era uma aliança perpétua, assim como a circuncisão e a Páscoa. Enquanto passados de geração a geração eram perpétuos, mas quando o tempo da Graça foi inaugurado acabaram-se os mandamentos "perpétuos" da Lei. Em segundo lugar, embora o Pai e o Filho sejam Deus, cada qual tem sua função na economia da divindade, agindo concordemente. O Filho possui um corpo glorificado, o Pai é incorpóreo, mas ambos são Deus: um único Deus que subsiste em três pessoas co-iguais: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Contra os argumentos anteriormente apresentados, precisamos lançar luz sobre os textos bíblicos que afirmam a divindade de Cristo e que em nenhuma hipótese poderão ser tirados do todo, pois um texto bíblico jamais deverá ser interpretado em detrimento de outro: a Bíblia toda é a verdade.
Veja o testemunho bíblico sobre a divindade de Jesus:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.Jo 1:1. "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade:  Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória". I Tm 3:16. "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Is 9:6. "E Jesus disse a Tomé: Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia". Disse-lhe Tomé: "Senhor meu e Deus meu!" Jo 20:27,28. "Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. II Pe 1:1. "Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna." I Jo 5:20. “Do Filho diz:o teu trono, ó Deus, subsiste eternamente” Hb 1:8

Há, portanto, argumentos suficientemente claros para reconhecermos em Cristo Jesus a plenitude da divindade.

Por Cristo,
Marcelo Reis.


************************************
Você poderá se interessar também por:
Como Devo Crer na Trindade?