sábado, 11 de setembro de 2010

$uper Pregador!

Há aproximadamente quatro anos, acompanhei de perto um evento promovido por um amigo meu. Ele havia contatado a produção de um super-pregador, cujas iniciais são MF, para avaliar a possibilidade de trazê-lo a nossa cidade. Feitas as considerações (o “cahê” do pregador custava R$ 5.000,00), concluiu que não poderia ser realizado na igreja, afinal o custo era muito alto. Resolveu então promover o evento fechado, cobrando dez reais por pessoa.
         Eu mesmo, ansioso por ouvir a pregação, paguei dez reais por mim, dez pela minha esposa e fomos ao clube onde o evento foi realizado. Havia 1.200 lugares ocupados (ops! R$ 12.000,00 em caixa!) e o público já sentia que “havia uma unção especial naquele lugar” bem antes de o pregador chegar.
         Demorou um pouco para o pastor aparecer depois que soubemos que ele havia chegado. A princípio, imaginei que estivessem acertando o pagamento antes de ele se apresentar, mas eu estava enganado. O pagamento já havia sido feito dias atrás, para garantir a vinda do super-pregador.
         Gostei muito da mensagem que ouvi, pois tinha um excelente conteúdo. A única coisa que realmente me incomodou foi que no final da pregação, o apelo foi diferente dos que eu estou acostumado a ouvir nos cultos que freqüento. Em vez de apelar aos pecadores para que aceitassem a Jesus, o apelo foi feito aos crentes que têm dificuldades financeiras, causas na justiça ou coisas deste tipo a demonstrarem sua fé. A proposta era que os irmãos ofertassem o maior valor que conseguissem, pois Deus cuidaria de multiplicar e devolver a eles (?!). Depois de um cachê de R$ 5.000,000 embolsado, o apelo garantiu mais quase R$ 6.000,00 em ofertas. Continuei assistindo tudo até ver a ingenuidade daquele povo ser enxugada pelo último apelo. Depois de quase trinta minutos contando as dificuldades que tem para sustentar seu ministério, MF solicita dentre o público doze pessoas a quem ele denominou “os valentes” para que cada um desse uma oferta de sacrifício no valor simbólico (simbólico???) de R$ 1.000,00. Quando ouvi aquilo, baixei minha cabeça, dei uma risadinha comigo mesmo e pensei: “Ele está pensando que aqui tem algum bobo que vai dar mais R$1.000,00?” – e o pior é que tinha! Aliás, tinha mais de doze. No final do evento, o “ungido” havia embolsado R$ 23.000,00 mais o valor adquirido com vendas de livros, CD’s, DVD’s e camisetas com sua logomarca efetuadas sob todas as bandeiras de cartões de crédito, cheques pré-datados e dinheiro vivo.
         Irmãos, onde vamos parar com esse tipo de fé? Que deus é esse que exige tudo o que você tem em troca de um milagre ou uma bênção? Vamos acordar e comparar esse tipo de pregador com os que vemos na Bíblia; comparar seu prêmio ao prêmio proposto nas Escrituras e, acima de tudo, orar a Deus para que nos abra o entendimento e nos torne adultos quanto ao procedimento na vida cristã.
         Em cristo, Graça e Paz do Senhor!

Marcelo Reis

2 comentários:

  1. A Paz do Senhor, meu irmão!
    Eu "twittei" este seu artigo!
    Na medida do possível, vou te ajudar na divulgação deste seu blog.

    Simone
    @simoneffaith

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  2. Obrigado mesmo, minha querida! Que Deus continue abeçoando sempre a sua vida.
    Estou disposto a receber críticas também, se for necessário. Estou contando com a sua ajuda e de todos os que se disponibilizarem.

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